Índice:
- Objetivos da Educação Física
- 1.1 – Áreas de Intervenção da Educação Física
- 1.2 – Preocupação com a Saúde e Higiene
- Dimensão Higiénica e Ortopédica
- 2.1 – Reeducação Postural na Educação Física.
- 2.2 – Eutonia na Educação Física
- 2.3 – Padrões Fundamentais de Movimento
- 2.4 – O corpo na agenda do governo.
- 2.5 – O que podemos aprender com a área do Fitness.
- 2.6 – Existe alguma relação entre as matérias nucleares da EF e as atividades físicas praticadas ao longo da vida?
- 2.7 – O Tónus é o nosso argumento.
- 2.8 – A importância de descalçar as crianças.
- A – Correr com pés descalços.
- B – Enraizamento – restabelecer o circuito eletrónico do corpo.
- C – Beber água estruturada.
- 2.9 – Atividades orientadas para a 1ª unidade funcional.
- Bibliografia
1 – Objetivos da Educação Física:
Francisco Sobral no seu livro “Introdução à Educação Física” caracteriza os “Objetivos da Educação Física” no Capítulo II. Refere que, para alcançar os fins que se propõe, toda a ação educativa tem de satisfazer uma primeira condição:
- Estar em conformidade com a realidade humana a qual é simultâneamente:
- Biológica:
- Natureza Higiénica e Terapêutica.
- Psicológica:
- Desenvolvimento das funções mentais na atividade física.
- Objetivos de natureza motora tendo em vista o domínio da ação.
- Social:
- Objetivos de natureza lúdica e desportiva decorrentes do instinto lúdico e da expressão social das práticas desportivas.
- Objetivos de natureza social, respeitantes à integração do indivíduo em tarefas de grupo, particularmente as de índole sociorecreacional.
- Objetivos de natureza estética, associados à gestualidade expressiva.
- Objetivos de natureza aplicada (…) que se referem à preparação especial do trabalhador e do militar.
- Biológica:
Refere na página 3 que “5 modalidades de educação concorrem para satisfazer necessidades que derivam da natureza biológica, psicológica e social do indivíduo”. Refere que “estas cinco modalidades de educação (…) são, antes de tudo, consequência de uma divisão justificada principalmente por razões de ordem didática”.
“A Educação Física é uma disciplina da Educação Corporal cujas finalidades, desde o início do século, têm sido repetidas vezes objeto da definição que ora incide sobre a saúde ou sobre a aptidão física, ora sobre componentes orientados principalmente para uma integração social (Francisco Sobral cita Maurice Piéron “Investigação aplicada à Educação Física, pedagogia Experimental” Boletim do INEF, 2ª série, 3/4 1972)” e mais recentemente (últimas décadas) tornou-se completamente subordinada das Ciências do Desporto.
1.1 – Áreas de Intervenção da Educação Física:
Francisco Sobral refere que a enumeração dos Objetivos da EF não é uma tarefa isenta de dificuldades. (…) Para simplificar a exposição (…) considera primeiro as Grandes Áreas em que, atualmente a EF intervém.
- Área da Saúde e da Higiene.
- Área da Aptidão Física.
- Área do Lazer e da Recreação.
- Área da Prática Desportiva.
- Área da Expressão Estética.
- Área das Aprendizagens Escolares de Base.
- Área da Reabilitação Física e Motora.
- Área da Educação Especial
Neste artigo vou explorar sobretudo as áreas 1, 2 e 3 anteriormente mencionadas e fundamentar a sua importância para a atual Educação Física, apresentando argumentos que nos ajudem a compreender como são atualmente interpretadas e praticadas nas aulas de EF e o que fica de fora desta principal narrativa fisiológica e médica.
Tradicionalmente, os fins primordiais da Educação Física foram a preparação militar e a higiene do corpo. Por isso foram os médicos e coronéis que assumiram a responsabilidade do destino da disciplina e a sua influência ainda hoje se exerce fortemente. De facto, desde o início do século XX, os objetivos da EF têm sofrido uma grande evolução e, em relação à América do Norte, um autor apresentou uma cronologia na qual se destacam cinco etapas distintas as quais apresentam também grande correspondência nos Países da Europa embora se registem alguns desfasamentos de tempo sem grande significado.:
- Desde 1900 até 1919, o período em que prevaleceram os objetivos baseados na saúde e na higiene.
- Entre 1920 e 1928, os objetivos passaram a abarcar propósitos de caráter socio-educativo, compreendendo o emprego dos tempos livres.
- De 1939 a 1945, os objetivos deram preponderância à saúde e à aptidão física, em resposta às exigências postas pelo estado de guerra.
- De 1945 a 1950, verificou-se uma ampliação dos objetivos de modo a abranger as relações humanas.
- De 1950 a 1957, os objetivos afirmaram-se de caráter socio-educativo, incluindo agora os aspetos mental, social, higiénico, emocional e físico da aptidão física global.
1.2 – Preocupação com a Saúde e Higiene
A preocupação com a Saúde e Higiene sempre constituíram uma grande preocupação de todos aqueles que se debruçaram sobre o corpo e o movimento. É importante revisitar estes métodos para compreender se a Educação Física do início do Século XXI, evoluiu ou na verdade perdeu muitas das suas características higiénicas originais.
- Pehr Henrik Ling (1776-1829): desenvolveu duas vertentes da sua Ginástica Sueca:
- Ginástica Pedagógica, higiénica, científica e analítica: tem por fim submeter o corpo à vontade, é essencialmente educativa e social e assegura a saúde, sendo essencialmente respiratória, corretiva e ortopédica.
- Ginástica militar, atlética, desportista ou estética.
- “Swedish Movement-Cure. A summary of the principles of general higiene“.
- Suzanne Lundvall. From Ling Gymnastics to Sport Science: The Swedish School of Sport and Health Sciences, GIH, from 1813 to 2013. The International Journal of the History of Sport. Vol. 32, No. 6, 789–799: PDF
- E. Christofferson. Swedish Medical Gymnastics in Chronic Diseases of the Heart. Royal Central Institute of Gymnastics, Stockkolm: PDF
- Carl August Westerblad. Ling the founder of swedish gymnastics – his life, his work and his importance: PDF
Ben Miller, o autor deste vídeo (Physical Culture Historians) alerta para o seguinte facto:
O facto de alguém ter publicado um livro citando aquilo que aparenta ser uma fonte legítima ou credível, como por exemplo um texto académico, ou o facto da ideia ser largamente aceite no que aparenta ser um consenso geral, não significa que seja verdade!
Esta afirmação torna-se verdade quando escutamos a afirmação “O desporto é uma escola de vida!”. Concordo inteiramente porém tudo depende qual é o perfil de cidadão, ou valores que queremos promover, se os valores da competição ou da cooperação. Como veremos mais à frente, o raciocíneo moral do desporto é algo questionável. Para aqueles que defendem a teoria da neutralidade do desporto onde o seu impacto, positivo ou negativo, depende da utilização que dele é feita, pode ser facilmente refutada quando observamos este fenómeno à luz das fases e níveis de maturidade moral de Haan’s.

Em vez de ensinar o Desporto na Escola como matérias nucleares deveriamos promover a “Cultura Física”. Trata-se de um termo que surgiu no século XIX e foi usado para descrever o cultivo da mente, corpo e espírito através do exercício.
Jean Le Boulch “Rumo a uma ciência do movimento humano” quando aborda o corpo-instrumento da educação física, refere que, desde que os problemas de rendimento e de precisão gestual se colocaram em educação, os movimentos humanos foram homologádos aos de uma máquina, conforme os métodos de análise cartesiana, indo do simples ao complexo e do elemento à totalidade. A ginástica Sueca de Ling representa de modo quase caricatural o tipo de sistema mecanicista. Ling escrevia: o objetivo da ginástica pedagógica é de educar corretamente o corpo humano por meio de movimentos corretamente fixados. Este critério do “correto” referindo-se a um movimento ou a uma atitude descrita como um ideal, conduz-nos à noção de coordenação, considerada como uma coisa em si existindo no corpo, independente do meio e da intencionalidade do próprio ser. As ações musculares a serem utilizadas durante estas diferentes posições foram definidas anatomicamente a fim de criar estereótipos estáveis de atitude. O caráter analítico da progressão de exercícios é igualmente um dos aspetos característicos dos métodos mecanicistas.
- Georges Demeny (1859-1917) fundador da ginástica francesa moderna.
- O seu método visava unicamente utilizar o movimento muscular em proveito da higiene e da harmonia das funções do corpo.
- Georges Hébert (1875-1957) criador do Método Natural (higiene do corpo):
- A sua ginástica procura restabelecer a sua primitiva simplicidade. Coloca o ser humano em contacto com o seu meio natural, libertando a EF dos ginásios fechados e o corpo dos seus entraves vestimentares. Liberta o próprio movimento dos seus acessórios convencionais.
- O seu Método diferencia-se de Demeny e Ling.
2 – Dimensão Higiénica e Ortopédica.
Se pesquisarmos o Programa de Educação Física do 3º Ciclo podemos ler no Ponto 1. Finalidades:
- Na perspetiva da qualidade de vida, da saúde e do bem-estar:
- Melhorar a aptidão física, elevando as capacidades físicas de modo harmonioso e adequado às necessidades de desenvolvimento do aluno.
- Promover o gosto pela prática regular das atividades físicas e assegurar a compreensão da sua importância como fator de saúde (…).
- Promover a formação de hábitos, atitudes e conhecimentos (…) valorizando:
- (…)
- (…)
- A higiene e a segurança pessoal e coletiva.
- (…)
A higiene engloba uma série de processos que se destinam a assegurar o bem-estar físico e psíquico dos indivíduos, bem como a sua articulação harmoniosa com o meio envolvente.
Georges Démeny citado por Inezil P. Marinho “História geral da Educação Física:
Teve notável preocupação com a Educação Física feminina e com a saúde da mulher, procurando combater os chamados hábitos elegantes…
A doutrina de Georges Hébert citado por Inezil P. Marinho “História geral da Educação Física”:
O homem no estado natural, o selvagem por exemplo, obrigado a levar a vida ativa para suprir as suas necessidades, realiza esse desenvolvimento físico integral, executando unicamente os exercícios naturais e utilitários (Método Funcional).
Vítor da Fonseca no seu livro “Desenvolvimento Humano, da filogénese à ontogénese da Motricidade, na página 193 afirma:
(…) Reich apresentou um estudo em que procurou identificar as atitudes musculares com as atitudes caracteriais. Segundo este autor, a musculatura estriada constitui uma sede de espasmos permanentes que provocam a armadura muscular. Esta armadura reflete toda uma evolução histórica de um ser face a um desenvolvimento. Todas as trocas com o meio passam pela musculatura estriada de relação e é por ela que o ser humano estrutura a sua corticalidade. Todo o conflito ou inquietude suscita uma reação muscular de defesa. Há entre uma tensão nervosa e uma tensão muscular uma relação de equivalência. Para Janet, toda a tensão muscular é acompanhada por uma tensão muscular. Também toda a perturbação psíquica gera uma alteração da motilidade, dado que a unidade da pessoa se encontra globalmente afetada. É nesta dimensão psicossomática que englobamos a função tónica, porque a ela estão ligadas todas as manifestações de ordem afetiva, emotiva, cognitiva e motora.
Para Lemair, o tónus é o carrefour psicossomático do ser humano. Efetivamente, o tónus não é mais do que a função de ligação entre o psíquico e a motricidade
Para melhor compreender e sistematizar as dimensões da Higiene proponho o seguinte organograma que representa a minha interpretação pessoal:
Ao nível do indivíduo, a higiene caracteriza-se por dois aspetos principais: a higiene física e mental:
- A higiene física visa a manutenção de uma adequada limpeza do corpo durante a atividade diária, bem como a manutenção dos ritmos e hábitos de vida que respeitem as necessidades do organismo, como, por exemplo, uma adequada dieta alimentar (Respeito pelo ciclos biológico de auto-renovação da matéria viva afim de possibilitar a recuperação fisiológica)..
- A higiene mental caracteriza-se pela manutenção dos indivíduos em ambientes não causadores de stress excessivo, que sejam suscetíveis de desencadear desequilíbrios psicossomáticos (Respeito pelos ritmos e ciclos biológicos afim de possibilitar a recuperação psíquica).
A minha interpretação do conceito de Higiene nos Programas de EF e promovida nos currículos Académicos está mais relacionada com a anterior definição e também com a Higiene Corporal defendida sobretudo pelos percursores da Educação Física, Pedro Ling, Georges Demeny com pouco ênfase no Método Natural de Georges Hébert. No entanto, como iremos perceber mais à frente, interessa-me sobretudo a Higiene ao nível da Psicomotricidade (o Tónus).
Podemos verificar que o Ciclo de Estudos do ISEF – Instituto Superior de Educação Física, atual FMH – Faculdade de Motricidade Humana (onde realizei a minha Licenciatura no Ramo Educacional) evoluiu da independência ou separação da Educação Física em relação ao Desporto para uma completa relação de subordinação relativamente às Ciências do Desporto e respetivo Paradigma Mecanicista, Cartesiano. Esta relação de subordinação limita, condiciona e empobrece a identidade original da Educação Física, cujos objetivos e conteúdos deveriam estar desvinculados do modelo desportivo, sendo este último apenas uma das muitas expressões da Motricidade Humana.

A formação académica obedece ao critério “Uma-medida-Serve-para-todos!”. Quando decidi, em 1990 aceitar o desafio de participar no Programa ERASMUS, saí da linha de montagem e criei espaço para a interpretação e diversidade. Quando chequei a portugal, depois de 9 meses em Lyon/França, tive a sensação estranha de recuar no tempo.
A grande diferença entre “educação física” e “desporto” é que, enquanto a primeira diz respeito a uma disciplina escolar e ao campo académico das ciências da educação física enquanto área multidisciplinar, o segundo refere-se às diversas modalidades organizadas e codificadas em função da competição constituindo o campo académico das ciências do desporto. Esta diferença é muito importante, pois existem muitas pessoas que consideram estas duas palavras sinónimas. A Educação física é uma área do conhecimento humano ligada às práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade sendo o desporto apenas uma das muitas formas históricas dessa mesma expressão. O seu principal objetivo é melhorar a Literacia do Exercício Físico que difere da Literacia do Desporto. Podemos também definir a EF como “o acumular de experiências saudáveis, através da participação em grandes atividades musculares que promovem o crescimento e o desenvolvimento”; segundo Nash, “o objetivo da EF é promover um corpo saudável e habilidoso, emoções ajustadas para que os indivíduos se sintam integrados no trabalho e se envolvam em atividades recreativas em casa ou na comunidade em que vivem”; segundo Nixon e Cozens, ” A EF deve contribuir para o desenvolvimento das potencialidades ótimas dos indivíduos em todas as fases da sua vida”.
Como referi no artigo anterior “E se não houvesse bolas!… Como seria a Educação Física?!…“, “os níveis de raciocínio moral sobre os dilemas do desporto são significativamente mais baixos do que os níveis de raciocínio sobre os dilemas da vida (e a Educação Física prepara os alunos para os dilemas morais da vida). Se a estrutura do desporto competitivo, aceite na nossa cultura, e que colonizou a disciplina de EF, encoraja a procura do interesse próprio ao mesmo tempo que desencoraja o diálogo moral, então os dilemas do desporto próprios dos jogos desportivos coletivos (matérias nucleares) podem provocar níveis mais baixos de raciocínio moral como respostas contextualmente apropriadas (no contexto do jogo), mas desapropriadas para os dilemas da vida. Ou seja, as matérias nucleares que utilizamos nas aulas de EF empobrecem (limitam) o raciocínio moral dos alunos.

Pedagogia da Cooperação. Fundação Vale: PDF
Jogos Cooperativos – o jogo e o desporto como um exercício de convivência: PDF
Cooperação e competição: PDF
Jogos colaborativos e cooperativos, factos e pressupostos: PDF
Jogos cooperativos em educação física: PDF
Carwyn Jones and Michael John McNamee. Moral Reasoning, Moral Action, and the Moral Atmosphere of Sport. Sport, Education and Society, Vol. 5, No. 2, pp. 131–146, 2000: PDF
A própria Formação Académica (Universitária) não aborda a Higiene Corporal na perspetiva original (Corretiva, Ortopédica). Recordo-me do conteúdo das cadeiras de Antropometria (1988) e Biomecânica (1989) e nenhum dos seus programas abordava a introdução à Reeducação Postural e muito menos aos conceitos da Eutonia (Tónus) uma atividade da Educação Somática muito próxima da Psicomotricidade cujo objetivo é o descondicionamento gestual.
2.1 – Reeducação Postural na Educação Física:
Os objetivos gerais mencionados nos Programas de EF descrevem algumas competências comuns a todas as áreas tais como:
- “Conhecer e interpretar factores de saúde e risco associados à prática das actividades físicas e aplicar regras de higiene e de segurança” (repouso, alimentação, hidratação, lesões desportivas).
A Higiene Corporal relacionada à dimensão corretiva e ortopédica pode ser considerada uma responsabilidade da Fisioterapia. Porém, sendo a Coluna Vertebral uma Unidade Funcional (axial) tão importante para a nossa higiene postural e bastante solicitada durante as aulas de EF, entendo que deve ser uma matéria a abordar nas aulas. Entre as várias preocupações relacionadas com a saúde, importa prestar mais atenção ao desenvolvimento de uma boa postura. Um apostura incorreta, nas atividades diárias, contribui para dores nas costas, especialmente na região lombar. Estima-se que entre 60% a 80% das pessoas experimenta dores na zona lombar num qualquer momento da sua vida. Embora se invistam em programas escolares, com uma vertente profiláxica relativamente à sua prevenção e correção, estes parecem ser insuficientes (Agnieszka Olchowska-Kotala and Krystyana Chromik. Education and the prevention of postural defects. Human Movement vol. 15 (4), 199-203).
Josep Vidal e colaboradores Effects of a postural education program on school backpack habits related to low back pain in children sublinham que a “literatura científica refere que carregar mochilas que excedam 10% do peso corporal da criança, causa efeitos adversos à saúde, como alterações na curvatura da coluna vertebral e erro de reposicionamento, alterações anormais no equilíbrio corporal e desempenho da marcha, e modificação da posição natural de pé. As escolas (e a disciplina de Educação Física em particular) são consideradas um quadro privilegiado para desenvolver programas eficientes de educação para a saúde. Alguns programas de educação postural mostraram-se úteis e eficientes na prevenção da lombalgia. Estudos populacionais demonstraram que crianças e adolescentes queixam-se frequentemente de lombalgia (estudo: 16.357 participantes; idades entre 13 e 15 anos; 50,9% dos meninos e 69,3% das meninas sofreram lombalgia pelo menos uma vez).
O programa de intervenção foi baseado na literatura científica atual ¹. Nas sessões teóricas foram abordados os seguintes temas:
- Anatomia e fisiologia humana.
- Fundamentos da lombalgia e fatores de risco.
- Promoção do exercício físico.
- Ergonomia e higiene postural.
- Análise do uso de mochilas escolares.
As sessões práticas consistiram em:
- Análise postural.
- Transporte de objetos (incluindo mochilas).
- Equilíbrio,.
- Respiração e relaxamento.
Alguns investigadores utilizaram provas radiográficas para mostrar que a Terapia de Inversão (Tração Invertida Assistida pela Gravidade) aumenta o espaçamento entre as vértebras (descompressão) reduzindo a atividade eletromiográfica (EMG). Mostraram que com apenas 70 segundos diários se conseguia um efeito máximo a nível da musculatura. Sudhir Nalawade e M. Jadhav A Study of Inversion Traction Therapy: for Lower Back Pain Problems, referem que a nossa coluna vertebral luta constantemente contra as forças de compressão da natureza conhecidas por força gravitacional. Alguns dos efeitos negativos da gravidade afetam a coluna vertebral devido à compressão que pode eventualmente causar dores nas costas e muitos outros problemas relacionados como hérnias discais, ciática, escoliose, etc. Os autores referem que a terapia de Inversão tem sido usada desde que Hipócrates a introduziu. Os autores concluem que trás muitos benefícios para o corpo humano. Na minha opinião é uma boa estratégia para aplicar na fase final de retorno à calma, nas aulas de Educação Física, promovendo esta abordagem preventiva.
_______________
¹ Burton AK, Balague F, Cardon G et al (2006) Chapter 2. European guidelines for prevention in low back pain: November 2004. Eur Spine J 15(suppl 2):S136–S168: PDF
¹ van Tulder M, Becker A, Bekkering T et al (2006) Chapter 3. European guidelines for the management of acute nonspecific low back pain in primary care. Eur Spine J 15(suppl 2):S169–S191: PDF
Hae-sun Yang, Won-gyu Yoo. The Effects of Stretching with Lumbar Traction on VAS and Oswestry Scales of Patients with Lumbar 4–5 Herniated Intervertebral Disc. J. Phys. Ther. Sci. 26: 1049–1050, 2014: PDF
Josep Vidal e colaboradores Effects of a postural education program on school backpack habits related to low back pain in children. Eur Spine J (2013) 22:782–787: PDF
Agnieszka Olchowska-Kotala and Krystyana Chromik. Education and the prevention of postural defects. Human Movement vol. 15 (4), 199-203: PDF
Inmaculada Calvo-Muñoz, Antonia Gómez-Conesa and Julio Sánchez-Meca. Preventive physiotherapy interventions for back care in children and adolescents: a meta-analysis. BMC Musculoskeletal Disorders 2012, 13:152: PDF
Dwain M Daniel. Non-surgical spinal decompression therapy: does the scientific literature support efficacy claims made in the advertising media? Chiropractic & Osteopathy 2007, 15:7: PDF
Sudhir Dinkar Nalawade, M. M. Jadhav. A Study of Inversion Traction Therapy: for Lower Back Pain Problems. International Journal of Engineering Research & Technology. Vol. 8 Issue 06, June-2019: PDF
K. S. Manjunath Prasad et al. Inversion therapy in patients with pure single level lumbar discogenic disease: a pilot randomized trial. Disability & Rehabilitation, 2012; 34(17): 1473–1480: PDF
Howard Vernon et al. Inversion therapy: a study of physiological effects. The Journal of the CCA/Volume 29 No. 3/September 1985: PDF
2.2 – Eutonia na Educação Física:
O aluno consciencializa os aspetos da anatomia emocional na primeira pessoa através da exploração do tónus muscular e das tensões no seu corpo. O aluno aprende a reconhecer os mecanismos da motilidade enquanto expansão e contração, alongamento e encolhimento, distensão e recolhimento. É o fluxo interno, diferente do movimento que reporta aos músculos esqueléticos, a uma ação destinada às funções de parar e avançar. O aluno aprende a anatomia como auto-identidade, como processo cinético e emocional dinâmico. O estudo da forma humana revela a sua história genética e emocional. A forma reflete a natureza dos desafios individuais e como afetam o organismo humano.

Marcia Strazzaxappa. Educação Somática: seus princípios e possíveis desdobramentos: PDF
Educação Somática: Artigo
Fernanda dos Santos L. Niaradi, Cecilia G. Batista. Efeito da Ginástica Holística na postura de meninas de 10 a 12 anos. ConScientiae Saúde, 2016;15(4):575-583: PDF
Fábio Soares da CostaI e col. Somatic Education as an Inclusive Perspective in School Physical Education Lessons. Rev. Bras. Estud. Presença, Porto Alegre, v. 9, n. 1, e79769, 2019: PDF
Atualmente a formação do estudo do movimento contempla a cinesiologia (anatomia, fisiologia, física, química e biomecânica) que contém a anatomia funcional numa perspetiva fisiológica e biomecânica. A anatomia funcional ou fisiológica (macroscópica) é uma subdivisão do estudo da cinesiologia e concentra-se nas estruturas e órgãos e na forma como funcionam. A Higiene Mental, entendida como uma área da psicologia, é vista como uma entidade separada da Higiene Corporal, esta última da responsabilidade da Educação Física, mas apenas na sua dimensão fisiológica do Exercício Físico e Saúde.

O estudo do movimento humano, na sua totalidade, deveria integrar a Psicomotricidade, porém, esta área do saber foi banida do currículo de Educação Física antes de eu ingressar no ISEF, antigo INEF (Instituto Nacional de Educação Física). A área da Educação Somática é “desconhecida” (ignorada) nas Universidades de Educação Física e Desporto.
2.3 – padrões Fundamentais de Movimento.
Atividade Motora baseada nos 7 principais padrões de Movimento.
Estes padrões de movimento correspondem aos movimentos usados no dia-a-dia dos nossos antepassados (e nas atuais tribos) para a sua sobrevivência e defesa territorial:
- Marchar (Caminhar, trotar, correr)
- Torção – rotação (arremessar uma pedra, uma lança)
- Puxar (tração | arrastar)
- Empurrar (Deslocar um objeto)
- Inclinar à frente (Pegar um objeto do chão)
- Afundo ou passada com amplitude (Transpor um obstáculo)
- Agachar (levantar algo do chão)
O que é um movimento funcional?
Movimentos funcionais são aqueles que nos ajudam nas tarefas do dia a dia. São movimentos multi-articulares de grande amplitude executados do centro (CORE) para a periferia. Ou seja, quase todos os movimentos do dia a dia podem ser considerados funcionais, deitar e levantar, sentar, levar algo acima da cabeça, arrastar um objeto e correr, pois eles exigem movimentos amplos de várias articulações e se executados de forma correta privilegiam os músculos das áreas mais centrais do corpo que são maiores e mais fortes.
Como avaliar os padrões Fundamentais do Movimento?
A avaliação funcional do movimento (ou Functional Movement Screen, FMS™) é um método eficiente e credível para determinar pontos fortes e fracos nos padrões fundamentais de movimento. Isto identifica disfunções, assimetrias, inibições ou mesmo dores. Além disso, fornece resultados sobre as forças motoras da pessoa e fornece informações sobre quais os padrões que podem ser treinados sem problemas. Uma vantagem muito clara deste método de triagem corporal é o baixo gasto de tempo e material em troca de informações detalhadas sobre o estado funcional do corpo.
A FMS™ consiste num conjunto de testes de movimento que requerem mobilidade e estabilidade. Os movimentos colocam as pessoas do teste em posições nas quais deficiências, desequilíbrios, assimetrias e restrições podem ser reconhecidas por formadores treinados.
Esta bateria de exercícios foi concebida para colocar um indivíduo em posições extremas onde as limitações do movimento se tornam percetíveis se a estabilidade e a mobilidade apropriadas não forem usadas. Mesmo que os indivíduos realizem uma atividade ou desporto de rendimento (performance), observou-se que muitos desses indivíduos apresentam limitações nos movimentos fundamentais. Isso leva os indivíduos a adotar inconscientemente certos movimentos compensatórios para atingir ou manter o nível de desempenho necessário para a atividade mas com maior desgaste fisiológico e biomecânico para o corpo. O uso ineficiente da compensação durante o movimento levará a uma biomecânica deficiente que limita os ganhos no desempenho e reduz a capacidade do corpo em permanecer adaptável e durável contra os riscos de estar envolvido na atividade ou desporto. Num aluno pode-se verificar adaptações da cadeia cinética e de integridade tensional que se manifestam em eventuais problemas ortopédicos e ou músculo-articulares.
A dimensão higiénica e ortopédica da educação física escolar foi esquecida e os professores de E.F. centram maioritariamente a sua abordagem, por inerência aos Programas de Educação Física, na área da prática desportiva porém, como nos apercebemos, muitos jovens apresentam limitações nos movimentos fundamentais que dificultam as aprendizagens escolares de base (Habilidades motoras de base) e sobretudo os padrões motores desportivos (Habilidades motoras compostas e complexas). Como anteriormente referimos, os padrões motores desportivos representam uma domesticação do movimento que se afastou a sua funcionalidade natural para representar uma interpretação cultural.
Normalmente solicitamos estes padrões de movimento, damos pontualmente algum feedback relativamente à sua correta execução durante a fase inicial da aula mas nunca investimos tempo e atenção na sua análise, correção e correto desenvolvimento e os alunos chegam à vida adulta sem nunca terem sido devidamente “corrigidos”. A nossa atenção é desviada para as matérias nucleares do PNEF. O PNEF representa, na minha opinião fundamentada pela investigação e 30 anos de experiência prática, uma enorme limitação e constrangimento para quem quer praticar uma verdadeira Educação Corporal. Também é um facto que os professores de Educação Física iniciam a sua carreira com uma formação extremamente deficiente no domínio da Higiene Postural e defendo que os conhecimentos de osteopatia, educação somática e holopraxias deveriam fazer parte integrante do currículo dos Futuros Professores de Educação Física (FPEF).

Depois de efetuada a análise, os exercícios são prescritos com base nos resultados dos testes para corrigir fraqueza ou desequilíbrio e esta abordagem torna-se muito mais apelativa e importante para os jovens que aprendem desta forma a utilizar baterias e/ou protocolos de teste de forma muito mais aplicada às suas necessidades individuais ao contrário dos atuais Testes de Aptidão Física que comparam os alunos a um perfil médio explícito nas Tabelas de Referência.
- Agachamento: o padrão Deep Squat desafia a mecânica total do corpo e o controle neuromuscular. Usa-se para testar a mobilidade bilateral, simétrica, funcional e a estabilidade dos quadris, joelhos e tornozelos. A sobrecarga da cavilha (dowel overhead) requer mobilidade bilateral simétrica e estabilidade dos ombros, região escapular e coluna torácica. A pelve e o core devem estabelecer estabilidade e controle durante todo o movimento para atingir o padrão completo.
- Passo sobre a barreira: O padrão de passo sobre o obstáculo é parte integrante da locomoção e aceleração. Esse movimento desafia a mecânica do passo e do passo do corpo, enquanto testa a estabilidade e o controle da postura de uma perna. A etapa da transposição da barreira requer mobilidade bilateral e estabilidade da cintura pélvica, joelhos e tornozelos. O teste também desafia a estabilidade e o controle da pélvis e do core, pois oferece a oportunidade de observar a simetria funcional.
- Afundo na linha (alinhado): O padrão Inline Lunge coloca o corpo numa posição que simula tensões durante a rotação, desaceleração e movimentos laterais. O afundo em linha coloca as extremidades inferiores em uma divisão postura enquanto as extremidades superiores estão num padrão oposto ou recíproco. Isso replica o contrapeso natural que as extremidades superiores e inferiores usam para se complementar, pois exige exclusivamente a estabilização da coluna. Este teste também desafia a mobilidade e estabilidade do quadrúpede, joelho, tornozelo e pé.
- Mobilidade do Ombro: o padrão de mobilidade do ombro demonstra o ritmo complementar natural da região escapular-torácica, coluna torácica e caixa torácica durante os movimentos recíprocos do ombro da extremidade superior. Esse padrão também observa a amplitude de movimento bilateral do ombro, combinando extensão, rotação interna e adução numa extremidade e flexão, rotação externa e abdução da outra.
- Elevação ativa da perna estendida: o padrão Active Straight-Leg Raise não apenas identifica a mobilidade ativa do quadril flexionado, como também analisa a estabilidade do core dentro do padrão, bem como a extensão do quadril disponível do quadril alternativo. Este não é tanto um teste de flexão do quadril de um lado, mas uma avaliação da capacidade de separar as extremidades inferiores numa posição sem carga. Esse padrão também desafia a capacidade de dissociar as extremidades inferiores, mantendo a estabilidade na pelve e no núcleo (CORE).
- Estabilidade do Tronco durante a extensão de braços: o padrão Trunk Stability Push-Up é usado como uma observação básica da estabilização do núcleo (CORE) reflexo e não é um teste ou medida da força da parte superior do corpo. O objetivo é iniciar o movimento com as extremidades superiores Num padrão de flexão sem permitir o movimento na coluna ou nos quadris. O movimento testa a capacidade de estabilizar a coluna no plano sagital durante a cadeia cinética fechada, movimento simétrico da parte superior do corpo.
- Estabilidade Rotativa: o padrão de estabilidade rotativa é complexo, exigindo coordenação neuromuscular adequada e transferência de energia através do tronco. Este padrão observa a estabilidade multiplanar da pelve, core e cintura escapular durante um movimento combinado das extremidades superiores e inferiores. O movimento demonstra estabilização reflexa e deslocamento de peso no plano transversal, e representa os esforços coordenados de mobilidade e estabilidade observados em padrões fundamentais de escalada.

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Gray Cook et al. Pre-participation screening: the use of fundamental movements as an assessment of function – Part 1. North American Journal of Sports Physical Therapy. may 2006. Vol. 1, number 2: PDF
Gray Cook et al. Pre-participation screening: the use of fundamental movements as an assessment of function – Part 2. North American Journal of Sports Physical Therapy. august 2006. Vol. 1, number 3: PDF
Rita S. Chorba et al. Use of a functional movement screening tool to determine injury risk in female collegiate athletes. North American Journal of Sports Physical Therapy. june 2010. Vol. 5, number 2: PDF
Tomoko Okada et al. Relationship Between Core Stability, functional movement, and performance. Journal ofStrength and Conditioning Research. 25(1)/252–261: PDF
2.3 – O corpo na agenda do Governo:
Os discursos seguintes mostram (de modo muito resumido) exemplos das práticas culturais que ora produzem visões de corpo a partir da “problematização social” ora ensaiam a construção de identidades e de formas organizacionais para os quotidianos escolares a partir do “questionamento do corpo“.
Medicalização da Escola e da Sociedade:
Luís Miguel Carvalho “Actos de palavra sobre o corpo – discursos de hygiene na teorização da escola de massas” refere que o ambicioso discurso higienista ensaiava a colonização do espaço escolar, não tratava só das condições de sanidade básica para as escolas, do controlo das epidemias e da realização de exames médicos aos alunos, mas queria intervir sobre todos os elementos nucleares da escolarização: espaços (localização, arquitetura e construção, equipamentos, mobiliário e materiais), tempos (calendários e horários), saberes e dieta curricular, métodos de ensino, atitudes e comportamentos de professores e alunos. Em suma, a higiene surgia como dispositivo de profilaxia social na e pela escola, mas também da estandardização das condições e das práticas escolares.
A proposta era só uma: a educação integral (moral, intelectual e física) para toda a população de Portugal, por via da instrução escolar; e, com esta, a difusão dos preceitos de higiene individual e social.
Militarização da Escola e da Sociedade
A administração dos corpo constitui preocupação central no quadro da produção discursiva do estado e do indivíduo modernos. Verificou-se, por um lado a militarização do comportamento social através da normalização e padronização do movimento.
Recuando um pouco no tempo, durante a fase do Estado Novo (1934), a Educação Física foi destacada pelo seu caráter formativo, juntamente com os seus aspetos pré-militar e desportivo.
Em 1936 foi criada, pelo decreto-lei n.º 26 611, de 19 de maio, a Organização Nacional da Mocidade Portuguesa, que tinha como objetivo o desenvolvimento integral da capacidade física da juventude, a formação do caráter e devoção à Pátria, no sentimento da ordem. Em maio do mesmo ano, o diploma que regulamentou as atividades da Junta Nacional de Educação conferia a obrigatoriedade de dar parecer sobre os métodos da Educação Física e pré-militar a adotar pela Mocidade Portuguesa, depois de ouvido o Estado-Maior do Exército na parte relativa à instrução militar.
Em 1940 foi criado o INEF – Instituto Nacional de Educação Física, por proposta do Ministro da Educação Nacional, Carneiro Pacheco.
Desportivização da Escola e da Sociedade:
O atual conhecimento sobre o Conhecimento do Conteúdo Pedagógico da Educação Física vem do trabalho de Daryl Siedentop. Há cerca de quatro décadas (1982), no discurso apresentado na conferência em Brisbane, Siedentop afirmou que acreditava que o desporto podia ser visto como uma matéria de ensino na Educação Física. Propôs um currículo e modelo de instrução que simulava aspetos contextuais chave do desporto. A designação deste Modelo Curricular designava-se por Educação Desportiva (atualmente escutamos o termo literacia desportiva) e representou a génese da inovação curricular na EF que subsequentemente proliferou por todo o globo.
Tristan Wallhead e Mary O’Sullivan. Sport Education: physical education for the new millennium? Physical Education and Sport Pedagogy · June 2005: PDF
O Desporto promove sobretudo um Perfil Agressivo-defensivo:
- Oposicional: Oposição a ideias novas; Procura erros.
- Poder: Quer controlar tudo; Acredita na força e superioridade; Na ofensiva.
- Competitivo: Forte necessidade de vencer; Compara-se constantemente com os outros.
- Perfecionista: Evita cometer erros; Esforça-se bastante para se provar a si mesmo.
Empoderamento da Escola e do Indivíduo na Sociedade:
Roberto Carneiro (2001), no seu livro “Fundamentos da Educação e da Aprendizagem” refere que “a escola em Portugal tem sido considerada um terminal burocrático do Estado. Para incorporar o paradigma pós-moderno do conhecimento polissémico no sistema educativo, será preciso resgatar a escola das garras burocráticas do Estado. E isso faz-se restituindo a escola às suas comunidades locais de pertença. (…) Desmonopolizar a educação é condição da sua desmassificação (…)”.
A escola deve ter total liberdade para criar e levar por diante o modelo educativo que a comunidade quiser, sujeitando-se a uma avaliação anual, realizada pelo Estado, que ditará as medidas a tomar para corrigir o rumo quando necessário. Estou a falar essencialmente dos ensinos básico e secundário (…). O modelo que eu advogo é um modelo de desmassificação e desmonopolização da gestão; de descentralização com regulação, controlo e avaliação; e de diferenciação com noção de serviço público.
O modelo que eu veria mais adequado é o modelo derrogatório, comunidade a comunidade: se uma determinada comunidade quer, tem condições, e apresenta um plano válido para concretizar essa vontade, deve ser-lhe entregue a escola, derrogando um conjunto de decretos e despachos que a submetam à disciplina única do Estado. A escola representa, de facto, para as comunidades, e em particular, para os pais, o centro de esperança e um fulcro de criação de futuro” (Roberto Carneiro, 2001).
“Há anos que os responsáveis pela Educação falam dessa devolução da escola à comunidade. Mas será que o Estado consegue abrir mão de um sistema que é tão importante para o controlo da sociedade? Ou o Estado o faz, ou morre de arteriosclerose múltipla. O papel do Estado é servir a sociedade, não de a controlar”.
O estado deve definir os programas mínimos. Eu defendo há muitos anos que os programas de ensino devem ter três componentes, uma componente nacional (20%), uma componente regional (30%) e uma componente local (50%)”. Na minha opinião pessoal, 80% deve pertencer à componente local.

Ainda temos um sistema de crenças muito condicionado pela mentalidade militarista e queremos homogeneizar comportamentos para que prevaleça a igualdade. Porém, igualdade não é o mesmo que equidade ou respeito pela diferença de cada um, a motivação individual e os seus ritmos. Devemos adaptar e diversificar as oportunidades em função do “Projeto Individual de Existência” (LBSE) de cada aluno.

A alfabetização física (Literacia Física) é o alicerce da educação física e não é um programa, mas o resultado de qualquer modelo organizado e coerente de educação física, que pode ser alcançado com maior facilidade, caso os alunos encontrem as condições e oportunidades adequadas para concretizar o seu potencial individual.
O EFQ deve permitir que as crianças e os jovens se tornem fisicamente alfabetizados/Literados durante todo o percurso educativo. As habilidades motoras básicas ou fundamentais são um aspecto vital da alfabetização física e, também, para o desenvolvimento de cidadãos saudáveis, capazes e ativos. A promoção da Alfabetização/Literacia Física deve continuar a ser uma característica fundamental de qualquer currículo de educação física ao longo do ensino primário e secundário.
Literacia do Exercício: é a capacidade de nos movimentarmos com competência, eficácia, confiança, agilidade e ou expressividade num variado conjunto de atividades físicas, expressivas e/ou desportivas.
Perfil de uma pessoa Fisicamente Alfabetizada/Literada?
- Pessoas fisicamente alfabetizadas/literadas (FA/L) demonstram uma boa agilidade, coordenação e controle corporal, podem responder às exigências de um ambiente em permanente mudança e mostram flexibilidade adaptativa.
- Relacionam-se bem com outros, demonstrando sensibilidade na comunicação verbal e não verbal e desenvolvem relações empáticas. O indivíduo FA/L está recetivo e confiante para descobrir e experimentar novas atividades e mostra-se disponível relativamente às opiniões, experiência e orientações de terceiros. Desenvolve a autonomia e auto-regulação para escolher e evoluir de acordo com o seu projeto pessoal.
- O indivíduo apreciará o valor intrínseco da educação física, bem como o seu contributo para a saúde e o bem-estar. Ao longo da sua vida estará consciente de que a prática de exercício físico é uma vantagem e apto para escolher um estilo de vida ativo e saudável.
UNESCO. Diretrizes em Educação Física de Qualidade – Para gestores de políticas: PDF
UNESCO. Educação Física de Qualidade – Diretrizes para políticas | metodologia: PDF
UNESCO. Infográfico: Políticas em Educação Física de Qualidade: PDF
2.4 – O que podemos aprender com a área do Fitness?
O Despacho n.º 5373/2011 resulta do n.º 2 do artigo 7.º do DL n.º 271/2009 de 1 de Outubro e prevê que os diretores técnicos (DT) e os Profissionais Responsáveis pela Orientação e Condução do Exercício de Atividades Físicas e Desportivas (PROCEAFD) devem frequentar ações de formação contínua durante o período de validade da sua inscrição.
A promoção da FC é, pois, um importante instrumento para a competitividade das entidades envolvidas e para a valorização e atualização profissional, nomeadamente quando a mesma é promovida e desenvolvida com base na iniciativa dos profissionais e respetivos empregadores.
Por outro lado, a melhoria da qualidade dos serviços prestados, através da permanente atualização e aprofundamento de conhecimentos, nas vertentes teórica e prática, deve constituir-se como uma premissa decisiva na melhoria da qualidade da atividade dos DT e dos PROCEAFD.
O Despacho n.º 779/2019 identifica, no artigo 5º, sete áreas de formação de ações a realizar. (…) prevê que “a componente da formação contínua incida em, pelo menos, 50 % na dimensão científica e pedagógica”. “Assume-se, assim, uma ligação estreita entre o desempenho profissional dos docentes e a formação contínua na sua dimensão científica e pedagógica. (…) Considerando as finalidades que presidem à formação no sentido da melhoria da qualidade do ensino, importa ainda ter em conta as transformações que ocorreram nas políticas educativas suscitadas, designadamente, pelo Decreto -Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, que estabelece o currículo dos ensinos básico e secundário, os princípios orientadores da sua conceção, operacionalização e avaliação das aprendizagens, de modo a garantir que todos os alunos adquiram os conhecimentos e desenvolvam as capacidades e atitudes que contribuem para alcançar as competências previstas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.
- i) Área da docência, ou seja, áreas do conhecimento, que constituem matérias curriculares nos vários níveis de ensino.
- ii) Prática pedagógica e didática na docência, designadamente a formação no domínio da organização e gestão da sala de aula.
- iii) Formação educacional geral e das organizações educativas.
- iv) Administração escolar e administração educacional.
- v) Liderança, coordenação e supervisão pedagógica.
- vi) Formação ética e deontológica.
- vii) Tecnologias da informação e comunicação aplicadas a didáticas específicas ou à gestão escolar.
Artigo 3.º – Dimensão Científica e pedagógica – prevê ações de formação que incidam sobre os conteúdos:
- a) Enquadrados no âmbito do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, sobre desenvolvimento curricular, nas suas vertentes de planeamento, realização e avaliação das aprendizagens.
- b) Respeitantes à lecionação de Cidadania e Desenvolvimento.
- c) Relativos à educação inclusiva, com especial enfoque no âmbito do Decreto -Lei n.º 54/2018, de 6 de julho.
- d) Centrados na implementação de estratégias de ensino e aprendizagem direcionadas para a promoção do sucesso escolar.
Roberto Carneiro (2001), no seu livro “Fundamentos da Educação e da Aprendizagem” refere que “a escola em Portugal tem sido considerada um terminal burocrático do Estado“. Como tal, as ações de formação frequentadas pelos Professores de Educação Física, no âmbito da dimensão científica e pedagógica, estão relacionadas com as matérias prescritas pelos Programas de Educação Física.
Ao contrário da realidade do Fitness, promovido pelas Empresas de Ginásio, o Estado controla a Educação e não permite a “Competitividade/Complementaridade (inovação)” entre escolas, não podendo estas apresentar soluções curriculares e pedagógicas divergentes, inovadoras e criativas concorrentes ao modelo oficial. Este facto promove uma cristalização, estagnação e conservadorismo da Educação, tornando-se num instrumento ideológico, que contrasta com a constante inovação e evolução dos serviços dos Ginásios e Health-Clubs.
No caso dos Profissionais Responsáveis pela Orientação e Condução do Exercício de Atividades Físicas e Desportivas (PROCEAFD) podem frequentar ações de formação de 3 áreas:
- Área Geral:
- Atividade Física, exercício e desporto.
- Exercício, nutrição e saúde.
- Gestão e Direito do Desporto.
- Treino Desportivo.
- Desportos de Aventura e natureza.
- Educação Física.
- Área específica:
- Sala de exercício.
- Aulas de Grupo.
- Atividades de meio aquático.
- Atividades Body and mind.
- Exercícios para populações especiais.
- Área de Inovação.
- Outras áreas de formação com relevância para a área profissional, nomeadamente as áreas das novas tecnologias, meios e materiais.
Quando comparamos as áreas de formação destas duas realidades, constatamos de imediato que os PROCEAFD podem realizar ações de formação no âmbito das “Atividades Body and Mind” e também têm a possibilidade de frequentar ações na “Área da Inovação“.
- Quais as atividades que se podem enquadrar na Área Body and Mind?
No ano 2005 foi publicado no Jornal do Colégio Americano de Cardiologia um relatório da Fundação Americana de Cardiologia um documento que traduz o consenso da Task Force (TF – grupo de trabalho), sobe a integração da medicina complementar (CAM – Complementary and Alternative Medicine ou MAC – Medicina Alternativa e Complementar ou ainda TNC – Terapêuticas Não Convencionais), na medicina cardiovascular.
As descobertas são desconcertantes (e irão continuar a chocar, através de análises futuras), sobre quem procura a CAM, o que praticam e a razão por que o fazem.

John H. K. Vogel et al. ACCF COMPLEMENTARY MEDICINE EXPERT CONSENSUS DOCUMENT. Integrating Complementary Medicine Into Cardiovascular Medicine. Journal of the American College of Cardiology. Vol. 46, No. 1, 2005: PDF
Como é que o American College of Cardiology Foundation define as Áreas Mind/Body and Placebo e como as classifica?
- Relaxamento Muscular Progressivo.
- Técnicas de Gestão do Stress.
- Meditação.
- Biofeedback.
- Imageria Guiada (Treino do Motor Visual).
- Apoio do Grupo.
Quais são as atividades da Medicina Alternativa e Complementar que o American College of Cardiology Foundation menciona e que podem ser enquadradas na “Área de Inovação” no âmbito da formação dos PROCEAFD?
- Acupuntura.
- Bioenergética (Medicina Energética):
- Relaxamento.
- Yoga.
- Qi Gong (Chi-Kung).
- Reiki.
- Cura pelo toque terapeutico.
- Cura à distância.
- Kinesiologia aplicada.
- Meditação.
- Medicina Vibracional.
- Magnetoterapia.
- Espiritualidade/Intencionalidade:
- Oração.
- Cânticos e ou Mantras (Invocações).
- Meditação de Grupo.
- Intenção ou Imagética.
Não há dúvida que a MAC representa uma revolução dentro do sistema de prestação de cuidados de saúde e o mesmo se pode dizer na indústria do fitness e da Educação Física que se orienta fundamentalmente para a promoção e prevenção da saúde através de estilos de vida saudáveis e na assunção da sua responsabilidade social na saúde pública. É lamentável que a nossa visão tradicional , tanto do estabelecimento médico, das “Ciências do Desporto”, como da “Educação Física”, continuem a assumir uma posição preconceituosa e dogmática relativamente a esta área do saber, bloqueando o desenvolvimento dos Cuidados de Saúde ou da Promoção de Estilos de Vida Saudáveis, furtando os cidadãos de serviços de melhor qualidade. O mesmo se pode dizer da indústria do fitness que bebe o seu conhecimento da medicina desportiva a qual é fiel ao antigo paradigma. (…) Integrar a MAC na medicina deve ser um processo aprimorado pela ciência e tornado significativo através de uma relação sólida médico-paciente, técnico-praticante e/ou professor-aluno. O mais importante é que a MAC envolve um compromisso com a missão nuclear de cuidar dos pacientes nos domínios físico, mental e espiritual (Task Force).
Este novo paradigma defende que:
- A mente e corpo estão interligadas, ou seja, são duas expressões de uma mesma realidade onde a consciência desempenha o papel de coordenação desta unidade e o corpo age como um recetáculo deste fluxo de consciência;
- Nós criamos o nosso sofrimento e podemos terminar com ele. A consciência permite-nos (pela mudança de crenças), desacelerar o envelhecimento e curar a doença;
- O nosso mundo físico é uma manifestação da nossa consciência, sem um observador não existe mundo (holograma);
- A perceção é aprendida e afeta a nossa experiência. Nós podemos alterar o nosso mundo e os processos de doença e saúde através da alteração da nossa perceção dos mesmos;
- A nossa perceção através a consciência cria a bioquímica e anatomia do nosso corpo;
- A perceção humana é um produto da consciência e não da nossa neurologia ou bioquímica. É a nossa consciência que cria a bioquímica e os outros aspetos do nosso corpo;
- O efeito placebo, efeito da perceção (Rob Williams), ou efeito da crença (Bruce Lipton), representa um testemunho espantoso inerente à capacidade de cura do corpo-mente. O efeito placebo deveria ser uma área de estudo prioritária nas universidades de medicina e desporto uma vez que espelha o poder dos recursos internos para lidar com a doença. O poder da mente não deve ser considerado algo inferior ao poder do bisturi e dos medicamentos, muito pelo contrário.
O meu contacto com estas áreas da formação corporal aconteceu fora do ambiente académico por intermédio de Instituições que representam em Portugal algumas destas correntes como a UNIPAZ™. Esta organização promoveu oficinas de massagem Biodinâmica com Thomas Riepenhausen que faz parte da coordenação científica do Instituto Português de Psicoterapia Corporal. Existe também o Centro de Psicoterapia Somática Biointegrativa que faz formação na área da Psicoterapia Somática.
Entre 1995 e 2007 criei uma Empresa de Ginásio tendo assumido as funções de Diretor Executivo, Diretor Técnico e Responsável pela Orientação e Condução do Exercício de Actividades Físicas e Desportivas (PROCEAFD). Obviamente que, sendo eu um profissional inovador e proativo, senti bastantes lacunas com a Formação do Mestrado em Exercício e Saúde cujas cadeiras estão limitadas pela análise e interpretação meramente Fisiológica. Apesar de nesta altura ainda não estar em vigor o Despacho n.º 5373/2011 (área de inovação) a formação no domínio da Medicina Energética, ajudou-me a melhorar a qualidade dos serviços prestados aos meus clientes.
- João Jorge – Certificado como Formador Técnico – Membro Representante em Portugal da IUMAB (International Union of Medical and Applied Bioelectrography) | Certificado n.º 023 | Utilizador GDV e Facilitador Certificado n.º 0271 para Ministrar Formação em Bioeletrografia e comercializar o equipamento (campo da biologia, ciências do desporto e do exercício e saúde, medicina complementar e alternativa).
- Formação na Rússia – Professor Konstantin Korotkov em parceria com o Saint Petersburg National State University of Physical Education, Sports and Health, desenvolve investigação no campo do desporto e do exercício e saúde, com uma abordagem biológica baseada numa perspetiva quântica (ondulatória).
Lêr o artigo: Biofísica Informativa Quântica.
Lêr artigo: Bioeletrografia
Journal of Applied Physics, Vol. 89, Nº 9, 1 May 2001, pelo American Institute of Physics com o tema “Concentration dependence of gás discharge around drops of inorganic electrolytes” PDF.
Esta formação permitiu-me utilizar o equipamento GDV no Ginásio que funcionava como meio auxiliar de diagnóstico, permitindo avaliar a forma como uma pessoa reagia ao stress quer com elevados ou reduzidos níveis de energia numa determinada zona.
Bruce D. Curtis and J. J. Hurtak (2004); “Consciousness and Quantum Information Processing: Uncovering the Foundation for a medicine of Light”; The Journal of Alternative and Complementary Medicine; Vol. 10, n.º 1pp. 27-39: PDF
Meina Yang et al. A Bridge of Light: Toward Chinese and Western Medicine Perspectives Through Ultraweak Photon Emissions. Global Advances in Health and Medicine, Volume 8: 1–7: PDF
O meu campo de conhecimentos e competências evoluiu através da investigação e formação complementar que efetuei nestas áreas porém, estou limitado na sua aplicação na minha prática pedagógica por causa dos Programas de Educação Física que limitam o conceito de saúde e higiene ao paradigma reducionista materialista. Muitas vezes, a experimentação de atividades Body/mind nas aulas de Educação Física faz-se pontualmente, ou justifica-se a sua integração como uma extensão ou adaptação das Atividades Rítmicas e Expressivas. Contudo, o tempo dedicado às mesmas é minúsculo porque a prioridade racai sobre as matérias nucleares que garantem a quantificação da prestação motora dos alunos e a sua classificação final.
- Pergunto – Isto faz algum sentido?
2.6 – Existe alguma relação entre as matérias Nucleares da EF e as atividades físicas praticadas ao longo da vida?!
Existe uma total desarticulação entre a oferta escolar da Educação Física, relativamente à procura social de atividade física de lazer e tempos livres de uma grande fatia da população.
Definições do INE (Instituto Nacional de Estatística):
- Conceito de Desporto Competitivo: Tem como objetivo a procura de satisfação lúdica e pessoal como ocupação dos tempos de lazer, tendo em vista o bem estar físico, psíquico e social, podendo ter ou não caráter competitivo (Nota: se não tem caráter competitivo não é desporto… definição incorreta).
- Conceito de atividade física: Atividade que envolve esforço físico e psíquico, visa o bem-estar da pessoa e é efetuada com ou sem competição nos tempos livres, tal como correr, fazer caminhadas, praticar ciclismo, BTT, esquiar…
- Definição de Praticante: Aquele que participa em atividades desportivas no âmbito do Desporto Recreação: NOTA – se envolve competição é desporto, se não envolve competição é apenas Atividade Física de Lazer.
Observatório Nacional da Atividade Física e Desporto:
- Definição de Atividade Física: a actividade física compreende qualquer movimento corporal produzido pela contracção muscular que resulte num gasto energético acima do nível de repouso. Embora relacionado com a actividade física, o exercício físico é um conceito menos abrangente e é definido por movimentos corporais planeados, organizados e repetidos com o objectivo de manter ou melhorar uma ou mais componentes da aptidão física. Esta constitui o conjunto de atributos, adquiridos ou desenvolvidos, que habilitam para a realização da actividade física. A atividade física tem sido entendida como um comportamento que pode influenciar a aptidão física. Todavia, é igualmente percebida, actualmente, como um comportamento determinante da saúde e da capacidade funcional (health-enhancing physical activity – HEPA.
- Nota Pessoal: os objetivos e conteúdos da EF devem gravitar em torno da promoção da Atividade Física (“Cultura Física”). Para tal, a EF pode recorrer, inclusivé mas não prioritáriamente, às Atividades Desportivas sendo estas apenas uma das muitas formas de expressão da “Cultura Física”. Neste momento a EF ficou subordinada das Atividades Desportivas limitando muito a sua riqueza enquanto disciplina perdendo a sua dimensão eclética.
- Observatório Nacional da Atividade Física e Desporto. Livro Verde da Atividade Física. IDP: PDF
- 0 – Aptidão Física:
- % de indivíduos que pratica a Calistenia nos tempos livres?
- % de indivíduos que utiliza os Circuitos de Manutenção nos tempos livres?
- 3 – Atividades Físicas e Desportivas Individuais:
- Atletismo:
- % de indivíduos que praticam Corridas, dos Programas de EF, nos tempos livres de forma regular? (Jogging, 5 Km, 10 Km, ½ maratona, maratona, barreiras, estafetas …) | Saltos, dos Programas de EF, nos tempos livres de forma regular? (Altura, comprimento, vara …) | Lançamentos, dos Programas de EF, nos tempos livres de forma regular? (dardo, peso, martelo …)
- Ginástica:
- % de indivíduos que praticam ginástica, dos Programas de EF, nos tempos livres de forma regular? (solo, aparelhos, acrobática …)
- Atividades Aquáticas:
- % de indivíduos que praticam natação, dos Programas de EF, nos tempos livres de forma regular? (4 estilos …) Porém, praticam uma atividade derivada, a Hidroginástica.
- Atletismo:
- 4 – Atividades Rítmicas e expressivas:
- % de indivíduos que praticam ARE, dos Programas de EF, nos tempos livres de forma regular? (Dança Aeróbica, Danças de Salão, Danças Tradicionais, Dança Criativa…)
- 5 – Atividades de Exploração da Natureza:
- % de indivíduos que praticam AEN, dos Programas de EF, nos tempos livres de forma regular? (Passeios Pedestres, Canoagem, Escalada, BTT e cicloturismo, Corrida de orientação …)
- 6 – Jogos Desportivos Coletivos:
- % de indivíduos que praticam Jogos de invasão territorial, dos Programas de EF, nos tempos livres de forma regular? (futebol, basquetebol, andebol, frisbee, corfebol, raiguebi…)
- % de indivíduos que praticam Jogos de Rede/Parede, dos Programas de EF, nos tempos livres de forma regular? (voleibol, badminton, ténis de mesa, padel…)

Federações/Modalidades que mais influencia têm no Programa de EF – Porquê?
As principais federações representadas no Programa da Educção Física e possivelmente Clubes do Desporto Escolar, são exatamente aquelas que têm maiores inscritos. Porém, negligenciamos todas as “Outras” que conjuntamente contribuem para um maior volume de praticantes federados, acima do futebol que é de facto uma exceção. Uma das premissas de “Cultura Física” do século XIX era a “Longevidade”, ou seja, promover o vigor físico das pessoas até uma idade avançada. A Atual “Cultura desportiva” esgota-se sobretudo nas faixas etárias mais baixas onde procura tirar o maior partido do vigor físico da juventude, mesmo à custa do aumento considerável e alarmante das lesões nos jovens, não se preocupando com a longevidade mas com o rendimento.
Until it Hurts – America’s Obsession with Youth Sports and How it Harms Our Kids:
Em cada ano, mais de 3,5 milhões de crianças com idades inferiores a 15 anos necessitam e tratamento médico devido a lesões desportivas, quase metade destas resultam da simples sobreutilização (sobretreino) O jornalista Mark Hyman investigou a evolução do desporto juvenil desde os simples jogos até à prática desportiva que pretende transformar crianças nos futuros atletas de elite, levando-os para lá dos limites físicos e emocionais. (…) O jornalista expõe a forma como os adultos estão a transformar o desporto juvenil numa empresa lucrativa de elevada pressão e exigência. Coloca-se a seguinte questão: desde quando é que o desporto se tornou mais um trabalho do que um divertimento?
O pediatra Joel Brenner afirma que ouvimos frequentemente falar da epidemia da obesidade. Porém, do outro lado do espectro, existe um grupo de miúdos que estão super-ativos. A Academia Americana de Pediatria está tão preocupada com este facto que emitiu duas missivas sobre lesões de sobreutilização no espaço de 3 anos, tendo sido a última em 2007 (considerando a data de publicação do livro).
Mark Hyman “Until it Hurts”

Tipos de desportos organizados praticados fora do contexto escolar pelos alunos do :
Segundo o Inquérito aos Hábitos Desportivos da População Escolar Portuguesa, 2º e 3º CEB e Ensino Secundário, 2016/17: no ranking dos desportos organizados mais praticados, os alunos destacam o futebol (25%), seguido da natação (13%) e da dança (9%). As práticas desportivas apresentadas neste ranking correspondem às mais praticadas por ambos os sexos, independentemente do ciclo de ensino, representando 70% do total das práticas deportivas indicadas pelos alunos, o que corresponde a uma concentração da prática desportiva fora do contexto escolar num número reduzido de atividades (a lista completa pode ser consultada no anexo B – tabela 1):

Aos alunos que responderam positivamente às perguntas sobre a prática de, pelo menos, um desporto organizado, foi ainda solicitado que fornecessem informações sobre o enquadramento institucional dessa prática desportiva:

A Industria do Desporto utiliza a escola como fonte de capital físico (potenciais Talentos) para alimentar a Máquina Administrativa Financeira Burocrática do Desporto. A saúde é um acessório secundário!…
Alguns autores manifestam a sua preocupação com a obsessão do modelo desportivo competitivo. Portugal tem vindo também a aumentar a sua “Obsessão com o desporto Juvenil” e o alto rendimento nas escolas. Porém esquecemo-nos que isso tudo tem um preço, um custo humano que devemos equacionar. Teimamos em olhar para as crianças como potenciais atletas e a usar a escola como veiculo de deteção de talentos em vez de nos centramos na formação integral da pessoa.


Baseado no testemunho de Victoria Garrick. Esta estudante-atleta começou a partilhar a história sobre a sua luta e superação da depressão e ansiedade, no seu TED Talk de 2017, “The Hidden Opponent”. YOUTUBE
Gavin Breslin et al. Mental Health and Wellbeing intervention in sport. A review and Recommendations. Ulster University. Sport Northern Ireland. PDF
DGEEC. Inquérito aos hábitos desportivos da população escolar portuguesa 2º, 3º ciclo e ensino secundário – Portugal continental 2016/2017. DGEEC outubro 2020. PDF
DGEEC. Inquérito aos hábitos desportivos da população escolar portuguesa 1º ciclo – Portugal continental 2016/2017. DGEEC outubro 2020. PDF
Sistema Nacional de Vigilância e Monitorização da Atividade Física e Desportiva: Impacto da pandemia COVID-19 na prática de atividade física e desportiva da população portuguesa durante os períodos de isolamento social 2020-2021. IPDJ: PDF
Instituto Nacional de Estatística, I.P. Desporto em números – 2021 | Sport in numbers – 2021: PDF
Instituto Nacional de Estatística, I.P. Desporto em Números. 5 de abril de 2022: PDF
Quando analisamos esta relação entre a oferta dos Programas de EF e a procura de atividades físicas de lazer, começamos a perceber a fraca correlação. Supostamente a EF promove experiências e oportunidades que permitem “Formar habilidades para a vida e participação em atividades físicas ao longo da vida!” e “Apoiar aos jovens para se tornarem cidadãos responsáveis e ativos!“. Anteriormente realcei a vermelho as atividades onde podemos contabilizar o maior número de praticantes de lazer. A Educação Física deveria promover nos seus programas muito mais das atividades desenvolvidas no Contexto do Fitness/Wellness dos Ginásios porque é esse um dos principais segmentos da procura de atividades de lazer (saúde e bem-estar) entre os adultos.
Na fase pré-COVID 19 (2019), a população adulta portuguesa assumiu o seguinte padrão de prática no que diz respeito às atividades mais populares:
Obviamente que as faculdades que formam os Professores de Educação Física estão sobretudo ao serviço dos interesses da economia do desporto e não tanto ao serviço das pessoas, tal como acontecia com a “Cultura Física” do século XIX como podemos constatar em vários vídeos Youtube de “Physical Culture Historians”. Manuel Sérgio “Motricidade Humana – uma nova ciência do homem” alertou a comunidade científica/académica para a necessidade desta mudança o que resultou apenas numa alteração da denominação de ISEF para FMH. Como já referi anteriormente, a Educação Física passou de uma situação de independência relativamente ao Desporto para uma situação de subordinação. Porém, se aqueles de determinam os Ciclos de Estudos da Licenciatura em Ciências do Desporto querem promover a evolução da Educação Física, então terão que implementar formação nas áreas Body/Mind e Inovação de forma a responder à necessidade de formação dos PROCEAFD. E se quiserem ir ainda mais longe, podem aceitar o desafio de rever os Programas de Educação Física para que evoluam também para esta nova linguagem da Biologia e do Exercício Físico e Saúde. Isso seria, na minha opinião, um passo inteligente e lógico e científicamente correto. A ciência não pode ser conservadora nem deve ficar refém das crenças e preconceitos de quem a pratica e muito menos dos interesses da economia. Os benefícios das atividades holopráxicas para a saúde e bem-estar estão comprovados cientificamente – The Journal of Alternative and Complementary Medicine.

Manuel Sérgio afirmou que “a expressão educação física é atualmente uma expressão limitadora, estática e não válida”. “A Educação Física é a pré-ciência da Motricidade Humana”.
“O novo paradigma emergente (holístico) colocou novas questões à Educação Física, gerou crise, no seio mesmo da ciência normal (Conformidade). E estar em crise, é anunciar o novo e, simultaneamente, denunciar o conservadorismo, o dogmatismo da ciência normal“.
Gregory S. Berns et al. Neurobiological Correlates of Social Conformity and Independence During Mental Rotation. Biol. Psychiatry 2005;58:245–253: PDF
A. Gorin et al. MEG signatures of long‑term effects of agreement and disagreement with the majority. cientific Reports | (2021) 11:3297: PDF
2.7 – O TÓNUS é o nosso argumento:
Para Lemair, o tónus é o carrefour psicossomático do ser humano. Efetivamente, o tónus não é mais do que a função de ligação entre o psíquico e a motricidade.
O Professor de Educação Física não possui competências específicas em várias destas áreas sendo um generalista-eclético no campo da motricidade humana, recorrendo ao princípio dos fenómenos ondulatórios, cíclicos e periódicos: carga-repouso, movimento-quietude como forma de promover transformações dos alunos. O seu objetivo, através da prática pedagógica, é facilitar as oportunidades para que os seus alunos vivenciem diferentes formas de exploração do corpo e entrem em contacto com ele através do movimento e da quietude. Da análise destas áreas de competência depreendo que todas elas têm em comum o movimento e como unidade fundamental o Tónus, em torno do qual tudo gravita.
- Fisioterapia – Reeducação Postural – desenvolver, manter e restaurar o máximo movimento e capacidade funcional ao longo da vida.
- Osteopatia (Medicina Manual)- Procedimentos manuais que visam restabelecer o equilíbrio de todo o organismo.
- Psicomotricidade – reeducação psicomotora – campo transdisciplinar que estuda e investiga as relações e as influências recíprocas e sistémicas entre o psiquismo e a motricidade.
- Educação Somática – arte e ciência de um processo relacional interno entre a consciência, o biológico e o meio-ambiente. Estes três fatores vistos como um todo agindo em sinergia”.
- Psicologia Biodinâmica (corporal) – A base do trabalho em Biodinâmica é o princípio de que todas as vivências ficam registadas no corpo e as técnicas corporais podem ser usadas para aceder e desbloquear mais facilmente os conteúdos inconscientes que provocam a estagnação do fluxo de energia e os sintomas atuais, promovendo a autorregulação do organismo.
- Treinador Desportivo – em contextos desportivos diferenciados, liderar processos de treino desportivo ou integrar, enquanto profissional especializado, uma equipa técnica.
- Técnico de Exercício Físico – presta serviços desportivos na área da manutenção da condição física (fitness), designadamente aos ginásios, academias ou clubes de saúde (healthclubs).
O Tónus é o elemento de ligação entre o psíquico e o somático, uma verdadeira função de ponte entre os dois aspetos integrados da existência do ser humano. Durante bastante tempo, esta função tónica não foi totalmente explicada em termos científicos e só com o surgimento da área de investigação desenvolvida por Donald Ingberg (1998), a mecanotransdução, o tónus ficou claro para mim. Donald Ingber “The Architecture of Life“.
A moderna biologia reconheceu que o interior da célula está preenchido por fibras, tubos e filamentos, designados coletivamente por citoesqueleto ou matriz citoplasmática. Todo o sistema designa-se por matriz viva ou rede complexa de fibras de tecido conectivo interligadas que se estendem por todo o corpo de forma contínua.
- A comunicação nos sistemas vivos envolve duas linguagens principais: química e energética.
- Toda a matriz corporal é simultaneamente uma rede mecânica, vibracional ou oscilatória, energética, eletrónica e informacional.
- O comportamento celular é ativado através de sinais ambientais que incluem:
- Forças energéticas invisíveis (sinais elétricos, campos eletromagnéticos, outras energias…), incluindo os nossos pensamentos que promovem alterações na conformação das proteínas integrais efetoras da membrana (PIMs), citoplasmática (este comportamento designa-se por mecanotransdução, (Donald Ingber, 1998), e equivale ao Tónus descrito por Vítor da Fonseca e Jean Le Boulch, bastante explorado no campo da “Anatomia Emocional” de Stanley Keleman;
- A membrana celular é um cristal líquido (Organização fosfolipídica), semicondutor; A membrana celular é de facto um homólogo orgânico de um chip de silicone (Bruce Lipton, “Biologia da Crença”). Dentro deste contexto, a célula é um microprocessador auto-movido – um computador orgânico.
Donald Ingber, (1997) “The Architecture of Life”; Scientific American”: PDF;
Donald Ingber, (1997) ” Mechanobiology and diseases of Mechanotransduction”: PDF.
Os Peptídeos ou péptideos (biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos através de ligações do tipo amina): sempre que manifestamos um sentimento, pensamento, uma intenção, emoção ou crença dá-se a “materialização a partir da invisibilidade” destas substâncias informacionais segundo Candace Pert (neurotransmissores, hormonas e neuropéptideos segregados pelo cérebro, e em simultâneo pelas células imunitárias – péptideos). Cada péptideo pode evocar um “tom” emocional único. O grupo de 70 péptideos pode constituir uma linguagem bioquímica universal das emoções.
Ou seja, existe uma ligação entre os pensamentos (dimensão intangível) e a nossa biologia através da bioquímica celular. Estes peptídeos programam o comportamento celular. Estes estímulos acionam diferentes conformações do citoesqueleto (integridade tensional), que por sua vez desencadeiam respostas comportamentais celulares específicos em função dos sinais moleculares (peptídeos). Esta é, de forma muito sucinta, a explicação científica para o Tónus, uma ligação entre o psiquismo e a biologia.
Nós, através da qualidade dos nossos pensamentos e emoções, podemos influenciar a qualidade dos processo biológicos, promovendo a saúde ou a doença. A disciplina de Educação Física pode evoluir para um “treino integrado” através do estudo da “Anatomia Emocional” e da sua Programação Celular através do Treino Mental (Imagética | Meditação | Biofeedback | Yoga) e do desenvolvimento de bons “Hábitos de Felicidade“.
Donald E. Ingber, um biólogo celular, além de muitas outras distinções e méritos é professor de bioengenharia da escola de Harvard de Engenharia e Ciências Aplicadas, foi o “pai” do campo emergente da biologia de inspiração na engenharia, a “mecanobiologia”. O seu trabalho pioneiro relaciona-se com a arquitetura de integridade tensional (tensegrity) a qual é o modelo principal que governa a forma como as moléculas se organizam dentro das células vivas e a forma como estas se integram dentro dos tecidos e órgãos. Ingberg ajudou a criar os campos da mecanobiologia, engenharia tecidular, nanobiotecnologia e biomimética. Este corpo de conhecimentos pode também facilitar uma profunda transformação na forma como entendemos e prescrevemos o exercício físico para a saúde porque agora podemos programar a “distorção física” das células que por sua vez programam o comportamento celular. Ou seja, o tipo de exercício físico e a forma como é desempenhado (ex: eutonia), o tipo de pensamentos e emoções, mais do que promover apenas um balanço energético negativo, podem programar as células e todo o sistema promovendo uma inversão de quase todas, senão todas as doenças correntes. Se até agora sabemos que o exercício físico é benéfico à saúde, agora podemos utilizá-lo de forma muito mais “cirúrgica”, porque estamos a lidar com um corpo inteligente e por isso, a forma como o exercitamos também deve ser inteligente e não tanto mecânica. O nosso corpo terá que ser visto como uma rede psicossomática, uma matriz celular viva que forma uma rede global interconectada que se estende por todo o corpo, como um sistema único e não compartimentalizado.
Como tal, o estudo e compreensão do tónus assume uma grande importância para o Professor de Educação Física. A verdadeira higiene deve acontecer a nível da unidade tónica que faz parte da 1ª Unidade Funcional. Como afirma Vitor da Fonseca, o papel da organização da primeira unidade funcional, que é a unidade, de facto, da substância reticulada por onde passam todas as informações que vão da periferia ao cérebro, logo, a integração desta substância é fundamental porque tem a ver com as aquisições motoras mais necessárias e mais vitais da evolução da humanidade. Outra função muito importante desta Unidade Funcional do cérebro, é o equilíbrio e a postura. Na nossa experiência clínica (Vitor da Fonseca) temos sentido que as crianças com dificuldades de aprendizagem têm alterações da função vestibular (…). Penso que muitos sinais e problemas de atenção, de hiperatividade e de desorganização da informação, têm a ver com este sistema, realmente vital, uma vez que é o sistema vestibular que integra as informações da gravidade e que está em permanente atividade para organizar a postura adequada e disponível. O Sistema vestibular, é um sistema que, na nossa opinião, merece mais carinho da parte dos Professores e dos terapeutas. É necessário estimular adequadamente as funções vestibulares porque a partir desse centro, se vão organizar as funções de modulação tónica. As crianças que apresentam uma má integração vestibular poderão ter problemas de atenção e problemas de hiperatividade.

A sociedade está a “roubar” o espaço à criança, não há espaço em casa, não há espaço na rua, os parques não existem em quantidade, mesmo nos recreios das escolas, estamos a reduzir esta experiência motora essencial portanto, estamos a privar os seres humanos do futuro, das condições normais de desenvolvimento da motricidade, que são o alicerce da psicomotricidade. Quando estes centros estiverem afetados, a psicomotricidade terá dificuldade em evoluir.
A verdadeira Educação Física Corretiva e Ortopédica de Reabilitação Física e Motora que promova a saúde e higiene dos alunos deve ser orientada para as estruturas e funções da 1ª Unidade Funcional e as estruturas relacionadas ao TÓNUS:

- Sistema Vestibular → Equilíbrio e Postura.
- Substância Reticulada → via de trânsito de toda a informação que vai da periferia para o cérebro.
- Citoesqueleto ou Matriz Citoplasmática (matriz viva) + PIM → rede complexa de fibras de tecido conectivo interligadas que se estendem por todo o corpo de forma contínua: Tónus. Forças energéticas invisíveis (sinais elétricos, campos eletromagnéticos, outras energias…), incluindo os nossos pensamentos promovem alterações na conformação das proteínas integrais efetoras da membrana (PIMs), citoplasmática programando o comportamento celular.
- Peptídeos → sempre que manifestamos um sentimento, pensamento, uma intenção, emoção ou crença dá-se a “materialização a partir da invisibilidade” destas substâncias informacionais segundo Candace Pert (neurotransmissores, hormonas e neuropéptideos segregados pelo cérebro, e em simultâneo pelas células imunitárias – péptideos). Cada péptideo pode evocar um “tom” emocional único. O grupo de 70 péptideos pode constituir uma linguagem bioquímica universal das emoções.

Três componentes estruturais altamente visíveis e importantes do citoesqueleto. Colorações específicas foram usadas. Estas estruturas mantêm e reforçam a forma celular e contribuem para o movimento celular.
Não precisamos ser especialistas de nenhuma das áreas referidas porque possuímos o conhecimento e as ferramentas adequadas para intervir a este nível. A interdisciplinaridade é fundamental para se compreender o corpo na sua multidimensionalidade. Uma Psicologia sem o Corpo (Soma) é uma ciência incompleta e uma Educação Física sem a Psique (Mente-Alma) é uma ciência incompleta.
A prescrição do exercício físico deve considerr o corpo como uma rede psicossomática onde este é “a nossa mente subconsciente” Candace Pert (1999). As substâncias informativas ou peptídeos enquanto moléculas das emoções, existem em todo o corpo e interligam o sistema nervoso, imunológico e endócrino. Estes três sistemas são estudados em três disciplinas separadas – neurociências, imunologia e endocrinologia. No entanto, a recente pesquisa sobre peptídeos tem mostrado, de forma significativa, que essas separações conceptuais são artefacto meramente históricos e académicos que não devem continuar a ser mantidos. De acordo com Candace Pert, os três sistemas devem ser vistos como formando uma única rede psicossomática. Os peptídeos, uma família de setenta macromoléculas, foram originalmente estudados noutros contextos e receberam outros nomes – hormonas, neurotransmissores, endorfinas, fatores de crescimento, e assim por diante. Demorou vários anos até se reconhecer que todos eles constituem uma única família de mensageiros moleculares (substâncias informativas – cognitivas). Estes mensageiros consistem numa curta cadeia de aminoácidos, que se prendem a recetores específicos, os quais existem em abundância na superfície de todas as células do corpo (mecanotransdução), interligando células imunológicas, glândulas e células do cérebro, formando uma rede psicossomática que se estende por todo o organismo. Eles constituem a manifestação bioquímica das emoções, desempenham um papel de importância crucial nas atividades coordenadoras do sistema imunológico e interligam e integram as atividades mentais, emocionais e biológicas. Quando alguém está assustado ou zangado, a resposta fisiológica assemelham-se muito ao exercício intenso – batimento cardíaco, elevação da pressão sanguínea. A maioria das pessoas não faz ideia do que se trata, ou seja, das implicações de uma reação emocional enquanto se lamentam ou desabafam. A memória de um trauma emocional passado não regressou, mas sim o sentimento e a experiência fisiológica. Este paralelismo entre mente, emoções e corpo remete-nos para uma abordagem do corpo como um sistema integrado e não tanto como um conjunto de órgãos e sistemas a melhorar.
Stuart Hameroff, Alex Nip, Mitchell Porter, Jack Tuszynski. Conduction pathways in microtubules, biological quantum computation, and consciousness. BioSystems 64 (2002) 149–168: PDF
Stuart Hameroff and Roger Penrose. Consciousness in the universe A review of the ‘Orch OR’ theory. Physics of Life Reviews 11 (2014) 39–78: PDF
A mecanotransdução corresponde aos mecanismos moleculares através dos quais as células sentem e respondem ao stress mecânico. Este corpo de investigação reavaliou a patofisiologia humana e este contexto revela que um vasto leque de doenças, incluídas dentro de virtualmente todos os campos da medicina e cirurgia, partilham uma característica comum: a sua etiologia ou apresentação clínica resulta de mecanotransdução anómala.


Qual é a nova metodologia de organização dos programas de prescrição de forma a induzir alterações positivas na estrutura das células e na sua mecânica com repercussões benéficas na saúde e bem-estar dos praticantes. A compreensão da relação entre a estrutura e a função nos tecidos vivos e da mecânica fundamental da mecanotransdução celular pode conduzir a modos de intervenção terapêutica na prescrição do exercício físico revolucionando por completo a indústria do Fitness e da Educação Física no futuro. Este corpo de conhecimentos permite compreender a linguagem utilizada pelo Prof. Dr Vitor da Fonseca na sua área da psicomotriciade através da mecanobiologia e biomimética. Vitor da Fonseca (1981) afirmava que “a motilidade é indissociável do tónus e das manifestações emotivas, como sejam a timidez, a inibição, a agressividade, a instabilidade, os tiques, a gaguez, a hiperactividade, etc”. Vítor da Fonseca (1987), “Temas de Psicomotricidade – conceitos e correntes” afirma que “o Tónus é uma verdadeira função gnósica do movimento”, ou seja é a relação entre os processos mentais (substâncias informativas – peptídeos de Candace Pert e os mecanismos de conformação celular – mecanotransdução). Um corpo é sempre a expressão de um “eu” e de uma personalidade situados no mundo, todo o corpo que não apercebe o mundo não coexiste inter-individualmente, afirma Vítor da Fonseca (1987). É a sensibilidade difusa pelos movimentos (não os movimentos mecanizados pela formalização pragmática da técnica rígida do gesto técnico dos desportos individuais e coletivos), que nos permite habitar um espaço (espaço próprio), que inclui a tomada de consciência global na sua postura (espaço próprio). Qualquer desequilíbrio nesta sensibilidade afeta a imagem corporal, revelando-se em problemas de adaptação (…)”. Ou seja, a mecanobiologia permite resgatar um diálogo entre as ciências do exercício e saúde na sua preocupação higiénica com a dimensão psicomotora da expressão humana através da linguagem unificadora da mecanobiologia. Os programas de exercício físico e saúde devem integrar num único discurso a dimensão fisiológica e psicofisiológica (psicomotora). O fitness e a educação física devem seguir uma tendência funcional afastando-se cada vez mais da formalização pragmática da técnica rígida e adotar sobretudo atividades que respeitem os ciclos internos sincronizados com os ciclos externos. Vítor da Fonseca (1987), afirma ainda que se “torna necessário desmistificar o problema do comando, das atitudes rígidas, da execução perfeita, da disciplina técnica e espetacular para nos projetarmos no desenvolvimento da interioridade humana, facilitando-lhe todos os meios de expressão e de simbolização, bem como todas as formas pessoais de pensamento e conhecimento”. Obviamente que a motricidade humana tem espaço para todo o tipo de expressões, mas é importante evoluir para um modelo mais natural no domínio do exercício físico associado à saúde.
As experiências de Candace Pert mostraram que a mente não está centrada no cérebro, mas distribuída através dos sinais moleculares em todo o corpo (…). Através da auto-consciência, a mente pode usar o cérebro para gerar “moléculas de emoção” e contornar o sistema. O uso adequado da consciência pode contribuir para a saúde, enquanto o controlo inconsciente inapropriado das emoções pode transformar um corpo saudável num corpo doente. Tantos os médicos como os professores de educação física, instrutores e técnicos de fitness deveriam ser treinados para reconhecer o poder dos recursos internos e considerar o corpo , não como um sistema “estúpido” o qual precisa de intervenção externa, mas sim com um potencial curativo intrínseco tremendo.
As nossas crenças positivas e negativas não só têm impacto na nossa saúde como também em todos os aspetos da nossa vida. “Se acreditamos que conseguimos ou se acreditamos que não conseguimos… temos razão!…”.
2.8 – A importânca de descalçar as crianças.
A minha curiosidade e vontade em aprofundar e alargar os horizontes do meu conhecimento sobre o corpo humano não terminou no momento em que acabei a Licenciatura e muito menos o Mestrado em Exercício e Saúde. Continuei a investigação de forma independente e percebi que só através de um estudo multidisciplinar se torna possível ultrapassar os limites impostos pelo sistema de crenças académico e evoluir para uma compreensão multidimensional integrada do complexo corpo-mente-espírito. A Fronteira da Ciência é uma área em grande expansão e é aí que somos confrontados com um conhecimento muito interessante que, se aplicado na disciplina de Educação Física, permite promover uma higiene do corpo e da mente muito mais significativa.
Descalçar as crianças trás dois benefícios imediatos:
- A – a corrida com o pé descalço melhora a biomecânica da corrida, melhora a prorpiocetividade plantar, reforça todos os músculos e ligamentos envolvidos numa passada funcional, reduz o VO2 (consumo de oxigénio) porque torna a corrida mais eficiente e natural e reduz a probabilidade de lesões tibiotársicas.
- B – a corrida e o caminhar com pé descalço promove a circulação natural de eletrões (corrente e potencial elétrico) entre a Terra (que possui um potencial elétrico não-homogénio criando uma diferença de potencial entre dois pontos no chão) e o corpo humano (o contacto dos pés com o chão promove uma redução da resistência elétrica até 94% e provoca variações da corrente em micro-amperes em todo o corpo) o que acarreta benefícios terapeuticos/regenerativos.
Se possível, podemos optar por água estruturada:
- C – Beber água estruturada – a teoria defende que as moléculas de água estruturada, mantidas dentro das nossas células, podem ter um nível mais alto de cargas elétricas, organizadas segundo um padrão específico que ajuda o nosso corpo a funcionar melhor. A água estruturada também é designada de água H3O2, água magnetizada ou água hexagonal.
A – Correr com pés descalços:
Daniel E. Lieberman. Strike type variation among Tarahumara Indians in minimal sandals versus conventional running shoes. Journal of Sport and Health Science 3 (2014) 86-94: PDF
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Cynthia D. Samaan et al. Reduction in ground reaction force variables with instructed barefoot running. Journal of Sport and Health Science 3 (2014) 143e151: PDF
B – Enraizamento – restabelecer o circuito eletrónico do corpo:

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Borja Muniz-Pardos e colaboradores sugerem que o calçado grounding não é uma alternativa eficaz porque não melhora a eficiência da corrida e/ou as suas respostas fisiológicas/perceptivas durante o exercício submáximo em atletas bem treinados. No entanto, existem limitações intrínsecas que devem ser consideradas. Os potenciais efeitos de ligação à terra podem ter sido perdidos durante o estudo, porque a corrida não permite o contato constante entre o atleta e o solo, o que poderia ter potencialmente enviesado os resultados. Em relação a isso, atletas de baixo nível atlético podem ter beneficiado desta tecnologia, porque o seu tempo de contato com o solo é maior do que atletas de elite, mais rápidos. Investigações futuras podem incluir outros desportos em que os atletas permaneçam em contato constante com o solo como por exemplo a marcha atlética, esqui cross-country, levantamento de pesos). Apesar destas limitações, o estudo seguiu um protocolo metodológico de alta qualidade (estudo duplamente-cego, aleatório, cruzado) usando uma amostra homogénea de atletas altamente treinados, o que sugere que as conclusões são confiáveis para esta população específica.
James L. Oshman refere a importância do ponto de acupuntura KI-1 (Rim) e o seu contacto com o chão durante uma caminhada com pés descalços. Será que as sapatilhas usadas neste estudo possuem os elétrodos colocados nesse ponto. Qual é a tecnologia usada?
C – Beber Água Estruturada:
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2.9 – Atividades orientadas para a 1ª Unidade Funcional:
- Método Natural (Hébertismo):
- Pistas e/ou circuitos de obstáculos.
- Aparelhos de cordas e/ou arvorismo.
- Percursos pedestres em circuitos na natureza (enraizamento ⇒ descalço).
- Parkour.
- Educação Somática:
- Eutonia.
- Yoga Nidra.
- Relaxamento Muscular Progressivo.
Bibliografia
- Amilcar Saavedra. 1988. Introdução à Educação Física 10º/11º anos de escolaridade. Edições ASA.
- Candace B. Pert. 1999. Molecules of Emotion – The science behind mind-body medicine. Touchstone Simon & Shuster.
- David Rodrigues. 2005. O Corpo que (des)conhecemos. FMH
- Francisco Sobral. Introdução à Educação Física. Livros Horizonte.
- Inezil Penna Marinho. História Geral da Educação Física. CIA Brasil Editora.
- James L. Oshman. 2000. Energy Medicine , The Scientific Basis. Churchill Livingstone.
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- Jurjo Torres Santomé. 1995. O Curriculum Oculto. Porto Editora.
- Manuel Sérgio. 1989. Motricidade Humana uma nova ciência do homem – Ciclo de Conferências organizado pela Associação de Estudantes em Colaboração com o departamento de ciências do comportamento motor. UTL-ISEF.
- Roberto Carneiro. Fundamentos da Educação e da Aprendizagem. FML.
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- Vitor da Fonseca. Desenvolvimento Humano, da filogénese à ontogénese da motricidade. Editorial Notícias.




















