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John Hunter - World Peace Game

A partir de certa altura verifica-se uma mudança quando os alunos se apercebem que têm de estar todos do mesmo lado. Constatam que estão envolvidos num conflito unificador e que, em última instância, têm de trabalhar em conjunto.

Jogo da Paz Mundial

Jogo de Tabuleiro

O World Peace Game é uma simulação geopolítica que oferece aos jogadores a oportunidade de explorar a ameaça eminente da guerra sobre a comunidade global através da lente da crise económica, social e ambiental. O objetivo do jogo é livrar cada país de circunstâncias perigosas e alcançar a prosperidade global com o mínimo de intervenção militar. Como “equipes de nação”, os alunos obtêm maior compreensão do impacto crítico da informação e como ela é usada. À medida que as equipas se aventuram mais nesse cenário social interativo repleto de questões filosóficas altamente significativas e pertinentes, as habilidades necessárias para identificar ambiguidades e viés (desinformação) nas informações que recebem serão aprimoradas e, mais especificamente, as crianças perceberão rapidamente que o comportamento reativo não apenas provoca antagonismo, como as deixa sozinhos e isolados diante de inimigos poderosos. As crenças e os valores sofrem um amadurecimento à medida que começarem a experimentar o impacto positivo e as janelas de oportunidade que surgem através de uma colaboração eficaz e de uma comunicação refinada. À medida que se constrói um novo significado a partir do caos, através de soluções novas e criativas, os jogadores do World Peace Game aprendem a viver e a trabalhar confortavelmente nas fronteiras do desconhecido.

Princípios Fundamentais:

Enquanto ferramenta educativa, o jogo da paz mundial baseia-se em vários conceitos chave:

  • Elementos contraditórios podem e devem coexistir.

  • A criação deliberada de um sentido avassalador de complexidade e diversidade de situações em situações de caos.

  • Soluções baseadas no trabalho de equipa colaborativo fruto das pressões deliberadamente criadas (isto é, prazos) e um sentido de urgência.

  • O encorajamento da resolução de problemas complexos em cenários simultaneamente colaborativos, mas aparentemente competitivos.

  • Estimulando o desenvolvimento de empatia e compaixão genuínas, tornando as apostas altas.

  • Promover a capacidade de manter múltiplas perspectivas em torno de um problema.

Abrandar o processo de resolução de problemas:

  • Estimula e suporta para o pensamento a longo prazo.

  • Aumento de possíveis soluções.

  • Apreciação da complexidade, em vez de negação ou medo das complexidades da vida.

Promove o pensamento crítico através:

  • Permite discernir os aspetos simples e complexos que compõem as situações da vida.

  • Aceitação da impermanência como parte normal da existência, promovendo o desapego dos fenómenos.

  • Consciencialização das capacidades pessoais na resolução de situações de crise.

  • Desenvolvimento da resiliência durante as situações de tensão e discernimento na tomada de decisões.

  • Facilitação da consciência autorreflexiva através da autoavaliação.

  • Pensamento reflexivo relativamente aos padrões de pensamento manifestados durante as situações de tensão.

  • Compreensão e valorização dos aspetos não mensuráveis.

  • Extrapolação de ações/reações e possíveis ramificações das decisões em simultâneo.

  • Flexibilidade nos pensamento e atitudes.

O jogo da Paz Mundial desenrola-se num espaço de jogo tridimensional composto por 4 camadas de vidro acrílico ou polimetil-metacrilato (PMMA), material termoplástico rígido, transparente e incolor com dimensões de 122 cm (4 pés) de largura por 122 cm de comprimento.

  • 1ª camada representa o ambiente subaquático,

  • 2ª camada ou estrato representa a terra,

  • 3ª camada representa o espaço aéreo acima dos países e a camada superior,

  • 4ª camada, representa o espaço. 

 

As figurinhas são intencionalmente dispostas para representar 23 conflitos interligados no plano social, económico e militar. Os alunos “herdam” estes problemas no início do jogo e podem fazer o que entenderem (tomar decisões de forma livre) desde que respeitem 3 condições:

  1. Têm de pagar pelas decisões.

  2. Têm de fazer sentido.

  3. Têm de lidar com as consequências (as quais eles inicialmente não conseguem discernir na medida que apenas jogam um passo de cada vez).

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O resultado é uma explosão de experiências, desde negociações pacíficas até ataques surpresa. Os alunos nem sempre fazem o que é “correto”, mas o jogo ensina-as através da experiência como é que os impactos das suas ações afetam os outros. Um exemplo pungente surge quando uma nação opta por iniciar uma batalha e os seus soldados morrem, quando isso acontece os alunos têm de escrever cartas às famílias dos soldados, oferecer as suas condolências e explicar o motivo pelo qual a batalha tinha de acontecer (justificação das ações que conduzem à morte de terceiros sob a sua responsabilidade). John Hunter explica, a ideia é que as crianças podem e devem falhar. Elas precisam de ser confrontadas com fortes desafios para que estejam envolvidas emocionalmente, lhes cause impacto e o processo de aprendizagem aconteça efetivamente. O jogo possui uma dinâmica imprevisível e aparentemente caótica até que eles gradualmente consciencializem e amadureçam a sua perceção ao longo de um período de 2 meses de jogo.

A partir de certa altura verifica-se uma mudança quando os alunos se apercebem que têm de estar todos do mesmo lado. Constatam que estão envolvidos num conflito unificador e que, em última instância, têm de trabalhar em conjunto.

Não há a necessidade de o professor ensinar explicitamente sobre a necessidade de se trabalhar colaborativamente e compassivamente quando os alunos, experimentam na primeira pessoa que trabalhar uns contra os outros os afasta cada vez mais da solução. No final, todas as 23 questões/desafios (problemas) globais são resolvidos e todas as nações partilham igual riqueza. O jogo ensina os alunos sobre economia e política e reforça a sua literacia e competências no cálculo. Também fortaleceu os laços entre os alunos promovendo relações mais positivas. Através do jogo, os estudantes concentram-se no conceito de paz, não como um sonho inalcançável, mas antes como um objetivo exequível que se pode alcançar. Os alunos terminam este projeto encorajados e empoderados para participar ativamente na nossa comunidade global.

TED Talk – “Teaching the world peace game”:

  • John Hunter: o que é que eu faço?

  • Resposta: o que é que queres fazer?

  • John Hunter: a resposta chocou-me e criou a matriz para tudo o que eu fiz a partir daí até hoje. Essa resposta limpou o espaço porque não havia diretivas programáticas, nenhum manual para seguir ou padrões normalizados.

​​

Esta afirmação de John Hunter é de extrema importância porque, se queremos de facto inovar, é fundamental que o professor e sobretudo os alunos tenham espaço para divergir dos programas e currículos. As crianças e jovens podem aprender a resolver conflitos e disputas sociais, locais, domésticas e internacionais através do Jogo da Paz Mundial, no entanto, é importante aprenderem a arte de viver em paz consigo próprias. Porém, a arte de viver em paz começa por um contacto consigo próprios, uma viagem interior.

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