Baseado no conceito de EPS, a Direção-Geral da Educação apresentou o novo Programa de Apoio à Promoção e Educação para a Saúde (PAPES), que foi homologado por despacho do Senhor Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário em 3 de setembro de 2014, com enfoque nas seguintes áreas:
- Saúde Mental e Prevenção da Violência
- Educação Alimentar e Atividade Física (FITescola)
- Comportamentos Aditivos e Dependências
- Afetos e Educação para a Sexualidade
As finalidades deste Programa são:
- Promover a literacia em saúde;
- Promover atitudes e valores que suportem comportamentos saudáveis;
- Valorizar comportamentos que conduzam a estilos de vida saudáveis;
- Criar condições ambientais para uma Escola Promotora de Saúde;
- Universalizar o acesso à educação para a saúde em meio escolar;
- Qualificar a oferta da educação para a saúde em meio escolar;
- Consolidar o apoio aos projetos em meio escolar.
Estratégias para a promoção da Saúde em Contexto Escolar:
- A DGS (Direção Geral da Saúde) “programa Nacional de Saúde escolar | 2014”: PDF
- FMH & ME programa FITescola | Aventura Social & Saúde- PDF
- Educação Baseada na Consciência:
- Saúde Mental: Meditação e Estados Hipometabólicos;
- Atividade Física: Consciência Corporal e Cinestésica: Relaxamento Muscular Progressivo e Hipometabolismo.
O que é o RMP?
Relaxamento muscular progressivo é uma técnica de relaxamento criada pelo médico e fisiólogo americano Edmund Jacobson, um médico Americano de medicina interna, psicólogo e assistente em fisiologia. Em 1921, introduziu os princípios psicológicos para a prática médica que mais tarde foram chamados de medicina psicossomática. Jacobson foi capaz de provar a ligação entre a tensão muscular excessiva e diferentes distúrbios do corpo e psique. Descobriu que a tensão e esforço eram sempre acompanhados por um encurtamento das fibras musculares e que a diminuição do tónus muscular inibe a actividade do sistema nervoso central. O relaxamento contraria estes estados de excitação e quando bem adaptada, funciona de forma profilaxia prevenindo os distúrbios psicossomáticos.
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Edmund Jacobson (1977); “You Must Relax”; London UNWIN PAPERBACKS: PDF
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F. J. McGuigan ans Paul M. Lehrer (); “Progressive relaxation – Origins, Principles, and Clinical Applications”: PDF
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Deepti Dhyani, Sidhartha Sen, Raghuveer Raghumahanti (2015); “Effect of Progressive Muscular relaxation on Streee and Disability in Subjects with Chronic Low Back Pain”; Journal of Nursering and Health Science; Vol. 4; Issue 1; Ver. 1 (jan-feb 2015); pp. 40-45: PDF
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L. Ranjita, Sarada N. (2014); “Progressive Muscle relaxation therapy in Anxiety: A Neurophysiological Study”; Journal of Dental Medical Sciences; Vol. 13; Isue 2; Ver. 1 (Feb. 2014); pp. 25-28: PDF
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Nisha Shunde, Shinde K. J., Khartri S. M., Deepali Hande, Vichare Bhushan (2013); “Immediate Effect of Jacobson’s Progressivve Muscular Relaxation in Hypertension”; Scholars Journal of Applied Medical Sciences; Vol. 1; Issue 2; pp. 80-85: PDF
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Liza Varvogli, Christina Darviri (2011); “Stress management Techniques: evidence-based procedures that reduces stress and promote health”; Health Science Journal; Vol. 5; Issue 2: pp. 74-89: PDF
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É uma técnica que permite ao praticante explorar progressivamente estados de relaxamento cada vez mais profundos. É um método de intervenção psicofisiológico não específico que tem por fim auxiliar o indivíduo a atingir um estado de relaxamento físico (relaxamento muscular e redução da estimulação do sistema nervoso simpático) e mental (tranquilidade e equilíbrio interior). É uma forma de atividade psicomotora na qual se objetiva a redução das tensões psíquicas, levando à descontração muscular. O relaxamento proporciona melhor conhecimento do esquema corporal, melhor estruturação espaço-temporal e equilíbrio, contração e descontração. É a noção de tenso, relaxado, duro, mole, e a criança e/ou jovem transpõe essas noções para seu próprio corpo. Esta técnica também pode explorar os princípios da Terapia da Restrição da Estimulação Ambiental – TREA ou originalmente: “Restricted Environmental Stimulation Therapy” (REST), também conhecido pela técnica de privação sensorial derivou das investigações de John Lilly.
Relaxamento muscular progressivo é uma técnica de relaxamento que procura proporcionar ao praticante um estado de relaxamento de todo o corpo com a finalidade de atingir um estado de relaxamento mental. Tal estado é alcançado através da tensão e relaxamento sistemático e consciente de determinados grupos musculares. Diversos grupos musculares são tensionados por algum tempo e em seguida relaxados, enquanto a atenção da pessoa é dirigida às sensações ligadas aos estados de tensão e relaxamento. Assim procura-se obter um maior relaxamento geral do organismo baseado em uma melhor percepção corporal. Relaxando progressivamente os músculos o praticante atinge consequentemente um relaxamento mental. Com a prática do método, o indivíduo é capaz de relaxar em diferentes situações de stresse e ansiedade, atingindo um estado de maior calma e, em determinadas situações, diminuir dores musculares. Conheça os benefícios do relaxamento corporal.
Porquê adotar o RMP?
Porque é importante explorar os estados hipometabólicos:
- O RMP facilita a possibilidade de auto-conhecimento e auto-domínio; por outras palavras, aprende-se a transcender a ideia de que os nossos corpos estão fora do nosso controlo e apercebemo-nos que as nossas emoções, pensamentos e intenções são uma força que produz alterações nos nossos corpos e assim, os nossos corpos são uma extensão da nossa mente;
- Aprender a acalmar as emoções, aquietar a mente e controlar as distracções que o corpo produz bem como a auto-disciplina;
- Os praticantes apercebem-se que são capazes de criar paz dentro deles da mesma forma que podem criar medo e preocupação;
O Relaxamento Muscular Progressivo, quando praticada com regularidade, promove muitos benefícios na medida em que facilita estados hipometabólicos que ajudam a contrariar o stress do dia-a-dia. Os benefícios dos estados hipometabólicos podem caracterizar-se, em termos fisiológicos, pelos seguintes parâmetros:
Estado Hipometabólico (EHM): Relaxamento profundo | Dominância Parassimpática:
- O Sistema nervoso parassimpático tem uma ação cronotrópica negativa (< FC), e dromotrópica negativa (< condução a nível supraventricular).
- Durante o relaxamento diminui o tónus simpático e aumenta o tónus vagal;
- < níveis de catecolaminas;
- > resistência galvânica da pele significativa;
- > profusão cerebral;
- Significativa diminuição da taxa respiratória por minuto;
- < resistência vascular;
- < consumo de O2 e CO2;
- < lactato sanguíneo;
- > relaxamento;
Que Finalidades?
O que se espera com esta estratégia?
Ajudar a recuperar a sensação de segurança, ou seja, acalmar os sobre-excitados circuitos emocionais para permitir uma reaprendizagem. É importante reter que os circuitos neuronais que ligam as estruturas dos gânglios basais e cerebelo às áreas corticais pré-frontais implicadas na cognição, também ligam as áreas corticais associadas com o controlo motor”. Isto significa que a aprendizagem do relaxamento ou motricidade da quietude implica uma quietude dos processos mentais. Torna-se necessário desenvolver a capacidade para “desaprender”.
Esta é uma das abordagem Zen que patrocina uma “desaprendizagem sistemática” nos seres humanos (desconstrutivismo), “não mente” (mushin). Para se aquietar a mente é importante aquietar o corpo. Intuitivamente os Mestres ZEN diagnosticaram um problema humano básico: as nossas redes associativas cerebrais estão abarrotadas com pensamentos discriminativos. Este facto reverbera com os circuitos afectivos e viscerais ancestrais, de atitudes impressas desde a infância com noções fortemente matizadas do certo e do errado, James H. Austin (1999).
Que Objetivos?
O Relaxamento facilita a oportunidade e contexto para:
- A consciência emocional relativa à linguagem das emoções tendo como referência o modelo circumplex de Plutchik (proveligiar as emoções de amor, serenidade, otimismo, mas acolher e integrar os outros estados e padrões emocionais);
- Patrocina uma desaprendizagem do modo tradicional de utilização da mente – aquietar a mente hiperativa;
- Identificar e tomar consciência da “ilusão” dos estados mentais destrutivos: “chama-se ilusão qualquer estado mental que destrua a tranquilidade da nossa mente, que a preocupe, aflija ou atormente” (Dalai Lama, “O caminho para a libertação“);
- Identificar as ideias incorretas, ou seja, as conceções erróneas e ativas sobre a natureza da realidade;
Modelo Circumplex:
Segundo o modelo de Robert Plutchik “Circumplex” de localização angular das emoções baseado em juízos de semelhança e diferença, podemos constatar que a linguagem das emoções manifesta 3 dimensões representadas no gráfico:
- Intensidade;
- Verossimilhança;
- Bipolaridade.

RMP e a respiração
Exercício respiratório:
Sentamo-nos, escolhendo uma posição confortável, colocar as mãos numa posição de repouso no nosso colo e gentilmente fechar os olhos, ou focar os mesmos num ponto do chão à nossa frente. Inalar durante um período de contagem entre 3 e 7 tempos, no fim da inalação, suster a respiração durante um igual período de 7 tempos. Exalar numa única e contínua expiração durante uma contagem entre 3 e 7 tempos até que os nossos pulmões estejam “completamente” vazios de ar. No final, durante uma nova contagem entre 3 e 7 tempos, não respirar. Repetir este processo 7 vezes. Atenção que devemos manter constantes o número de tempos entre cada fase durante todo o exercício, ou seja, se escolhermos 5 tempos, todas as fases respeitam a mesma contagem. A “pausa|contagem ou temporização” é um processo simples de 4 etapas que se inicia com uma inspiração, cujas durações são de 3 a 7 tempos (contagem), dependendo da nossa capacidade pulmonar e postura. Inspiramos através do nosso nariz, realizamos uma pausa numa contagem igual, depois exalamos através da boca e repetimos o processo. A chave reside na simetria de cada segmento do processo. É importante encontrar uma forma de monitorar com precisão de forma a manter a consistência.
Um ciclo respiratório constitui-se por 4 fases da respiração completa:
- Inalar durante uma contagem de 3 a 7 tempos;
- Reter a respiração 3 a 7 tempos;
- Exalar durante 3 a 7 tempos;
- Suspender a respiração 3 a 7 tempos.
| Ciclos | 1º ciclo | 2º ciclo | 3º ciclo | 4º ciclo | 5º ciclo | 6º ciclo | 7º ciclo |
|---|---|---|---|---|---|---|---|
| Fases | 4 fases | 4 fases | 4 fases | 4 fases | 4 fases | 4 fases | 4 fases |
| Tempos (ex) | 4 tempos | 4 tempos | 4 tempos | 4 tempos | 4 tempos | 4 tempos | 4 tempos |
| *Processo respiratório – exercício. | |||||||

Exemplo de um ciclo com 4 tempos em cada uma das 4 fases.
Numa sala de aula teremos que adaptar o exercício num contexto diferente.
- Pedimos aos alunos que tragam roupa quente para manter a temperatura corporal.
- Cada aluno fica deitado num colchão de ginástica.
- É importante que a temperatura da sala, se possível, permita algum conforto térmico.
- É também importante que a sala permita algum isolamento sonoro dos ruídos exteriores ou de possíveis interferências.
- Iniciamos o exercício com um retorno à calma solicitando que os alunos se deitem de costas no colchão, com os braços ao longo do corpo e permaneçam de olhos fechados.
Procuramos desta forma, promover um relativo isolamento sensorial através duma minimização dos estímulos visuais, acústico e garantir algum conforto físico que permita um relaxamento muscular profundo.
Solicitamos aos alunos que se coloquem numa posição confortável, sentado ou deitado (de preferência deitado). Relaxamos o mais que pudermos e visualizamos na nossa mente a “calma”, “tranquilidade”, “paz”, “serenidade”, “bem-estar”, “leveza”. Invocamos sempre estas imagens na nossa mente e sentimo-las em todo o corpo de forma que este as manifeste e traduza nas sensações físicas correspondentes. Começamos por focar a nossa atenção nos pés e dialogando interiormente com eles, pedimos-lhes que se relaxem – os músculos ficam moles, calmos, leves, relaxados e todas as tensões dissipam-se e manifestam a consistência da “gelatina”. Cada passo envolve uma porção do nosso corpo na seguinte sequência:
- Pés; tornozelos; gémeos; Joelhos; Coxas; Cintura pélvica; abdómen e órgãos internos; zona torácica (respiração calma) e órgãos internos; Zona Lombar; Zona Dorsal; Todos os pequenos músculos intervertebrais; Ombros; braços; Antebraços; Mãos; pescoço; Queixo; Boca; Olhos; Sobrancelhas; Testa; Cabeça; Nuca.
- Depois, visualizar a cabeça oca, vazia e leve.
- Efetuamos um rastreio das zonas do nosso corpo onde persistem algumas tensões, desconfortos ou, procuramos informação intuitiva sobre nódulos energéticos relativos a somatizações.
- Podemos visualizar uma escadaria com dez degraus e solicitamos que, cada vez que desce um degrau, haja a libertação de uma camada exterior de tensões, preocupações. Pedimos que entre num estado cada vez mais profundo de relaxamento.
- No final da escadaria podemos recriar cenários que invoquem calma, paz, serenidade e bem-estar.
- O regresso faz-se pela mesma escadaria e o processo de despertar é suave.
- Depois de terminar o exercício, socorremo-nos de algumas ferramentas que nos irão ajudar a efetuar uma auto-análise, utilizando a linguagem dos sintomas para recolher informação sobre os nossos padrões emocionais.






